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Além de empréstimo para o povo pagar, calote

Barril superou US$ 88 em Londres, com tensões geopolíticas e demanda crescente. (Foto: Getty Images)

Esfregando as mãos pelos empréstimos de R$ 20 bilhões que vão tomar dos bancos para que nós, consumidores, paguemos as amortizações nas contas de luz mensais, as distribuidoras de energia queriam também aplicar calote de R$ 5,2 bilhões de novembro devidos no Mercado de Curto Prazo, onde são contabilizadas as diferenças entre a energia contratada e o volume que foi consumido. Sempre alegando a “grave crise hídrica” em que não faltou água nas torneiras.

Roteiro malandro
A distribuidoras pagaram R$ 4,1 bilhões, mas o pedido à Aneel para aplicar calote está mantido. Se conseguirem, ficam para outro mês.

Eles é que decidem
Os técnicos são contra “autorizar” o calote, mas a decisão será da Aneel nas próximas reuniões, a serem retomadas a partir do dia 25.

MP inacreditável
Os “empréstimos” foram autorizados por uma inacreditável medida provisória assinada pelo presidente Jair Bolsonaro.

Esperteza, parte II
A MP 1078 repete a MP esperta de 2020, quando tomaram os R$ 16,1 bilhões que ainda pagamos na conta de luz, na Bandeira Vermelha P2.

Governador esnoba R$ 8 bilhões da Petrobras
A Petrobras colocou em seu plano de investimentos quase R$ 8 bilhões para concluir a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, mas o governador Paulo Câmara (PSB) nem sequer visitou Joaquim Souza e Luna, presidente da estatal, para discutir o tema. Coube ao prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira, em nome da cordialidade pernambucana, ir à Petrobras e se colocar à disposição para articular reunião com os oito municípios da área estratégica de Suape, onde fica a refinaria.

Cortesia no lixo
Se tem horror a visita de trabalho, que ao menos Paulo Câmara fizesse visita de cortesia a Luna, pernambucano de Barreiros. Mas nem isso.

Produção vai dobrar
Após os investimentos da Petrobras em Abreu e Lima, a produção vai mais que dobrar, de 115.000 para 260.000 barris/dia.

Que apito ele toca?
A incompetência ou desdém com o investimento bilionário gera dúvidas sobre o que faz o “secretário de Desenvolvimento”, Geraldo Júlio .

Muita calma nesta hora
A ômicron se espalha, mas não mata, exceto doentes graves. A média móvel de mortes no DF despencou 50%: 1 óbito na segunda. Apesar dos 1.303% casos a mais, para a glória dos coronalovers na mídia.

TCE em isolamento
Em Alagoas, o presidente do Tribunal de Contas, Otávio Lessa, e mais dois diretores testaram positivo para covid e estão fora de combate, até que novos testes os reabilitem ao trabalho presencial.

Onde dói
Para José Medeiros (Pode-MT), tipos como o senador Humberto Costa (PT-PE) podem falar de tudo, exceto competência, probidade, “coisinhas básicas que não tiveram quando passaram pelo governo”.

Não estavam vacinados?
Faz sucesso nas redes sociais o meme lembrando que as empresas aéreas demitiram funcionários que não se vacinaram, e agora cancelam vôos porque os imunizados contraíram covid.

Números não mentem
Atacam o Brasil e poupam e bajulam o governo americano, apesar dos 62 milhões de casos e 861 mil mortes por lá. E de já haver mais óbitos nos EUA que nos tempos de Donald Trump, auge da pandemia.

Imagina por aqui
Levantamento nos EUA revela que deputados federais (de esquerda e direita) compraram mais de US$ 290 milhões (R$ 1,6 bilhão) em ações na Bolsa, em 2021. E “venceram o mercado”, ou seja, faturaram alto.

Assunto sério
Chefe do CDC, a Dra. Rochelle Walensky foi à TV nos EUA defender a vacinação: estudo aponta que mais de 75% das vítimas fatais da covid que estavam vacinadas tinham, pelo menos, quatro comorbidades.

Só aumenta
Já foram administradas nos braços dos brasileiros mais de 337 milhões de doses de vacinas contra a covid, incluindo mais de 30,7 milhões de terceiras doses. A expressão “totalmente vacinados” agora é hipérbole.

Pergunta nas redações
Se número de casos dispara e número de mortes cai, a notícia é boa?

PODER SEM PUDOR

Eu nomeio, você paga
O falecido Humberto Lucena (PB) adorava nomear parentes, quando presidiu o Senado. Ao ser tachado de “a caneta mais rápida de Brasília”, chamou o repórter que o ironizara ameaçando processo. E lorotou: “Nomear parentes só é pejorativo no Sul. No Nordeste, o povo até gosta”. O jornalista, nordestino de Pernambuco, perdeu a paciência. Puxou Lucena pelo braço e disse ao seu ouvido, firme, quase gritando: “Nós dois sabemos que o sr. está mentindo, mas vou fingir que não ouvi”. Lucena não tocaria mais no assunto. Nem processaria o jornalista.

Com André Brito e Tiago Vasconcelos

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