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Além de Michel Temer e de seu ex-assessor Rodrigo Loures, acusados de corrupção passiva, a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República menciona outros 14 políticos

A maioria das menções de Rodrigo Janot ocorre em trecho sobre suposta antiga relação entre Temer e a J&F. (Foto: Reprodução)

Além do presidente Michel Temer e de seu ex-assessor Rodrigo Loures, acusados de corrupção passiva, a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, menciona outros 14 políticos.

A maioria das menções ocorre em trecho sobre suposta antiga relação entre Temer e a J&F, que controla a JBS. As citações não representam uma acusação formal contra esses 14 políticos. Os indícios devem ser investigados em outros processos.

Apenas Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-presidente da Câmara preso no Paraná, é investigado no inquérito por suspeita de ter recebido dinheiro da JBS para ficar em silêncio, em operação supostamente avalizada por Temer.

O ex-ministro Geddel Vieira Lima e o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) são apontados como antigos interlocutores da JBS junto ao governo Temer, antes de Loures.

Ex-assessor e amigo de Temer, José Yunes é citado por supostamente ter intermediado repasses ilícitos, conforme interpretação de diálogo entre Loures e o executivo da J&F Ricardo Saud.

Joesley Batista, dono da JBS, afirma ainda que Temer pediu que a J&F contratasse o escritório de advocacia de Yunes para um negócio que lhe renderia R$ 50 milhões.

Outro nome mencionado é o do ex-ministro petista Guido Mantega. Conforme Saud, Mantega pediu que a JBS fizesse repasses não declarados a senadores do PMDB em 2014, em troca do apoio ao PT. “Esses pagamentos foram retirados da conta-corrente da propina para o PT decorrente dos negócios conseguidos com o BNDES por intervenção de Guido Mantega”, escreveu Janot na denúncia.

Os senadores supostamente beneficiados foram Eduardo Braga, Eunício Oliveira, Jader Barbalho, Renan Calheiros, Kátia Abreu e Vital do Rêgo, hoje ministro do TCU (Tribunal de Contas da União).

Paulo Skaff, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), e Gabriel Chalita apareceram na denúncia por, supostamente, terem levado doações via caixa dois em campanhas. Segundo Joesley, a JBS deu R$ 2 milhões para Skaff e R$ 3 milhões para Chalita a pedido de Temer.

Por fim, o ex-ministro Wagner Rossi é mencionado por suspeitas de ter recebido da empresa mesada de cerca de R$ 100 mil quando deixou a pasta da Agricultura, em 2011, a pedido de Temer.

Outro lado

Padilha não se manifestou. O advogado de Geddel, Gamil Föppel, disse que todos os contatos com empresários “deram-se de maneira institucional, tratando de assuntos oficiais’.

O defensor de Yunes, José Luis de Oliveira Lima, disse que ele “jamais intermediou repasses a qualquer pessoa”.

Renan disse que a delação é “mentirosa”. Vital do Rêgo repudiou as acusações. Eunício disse que em 2013 a JBS não doou para o PMDB e que as doações de 2014 foram declaradas.

A reportagem não localizou Wagner Rossi, Eduardo Braga, Jader Barbalho, Kátia Abreu nem o advogado de Mantega. Skaff disse que não recebeu “nem um tostão” da JBS. Chalita afirmou que os recursos para sua campanha foram arrecadados pelo PMDB.

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