Neste domingo (26), os eleitores alemães irão às urnas para eleger os membros do Bundestag, o Parlamento do país, e decidir quem será o substituto de Angela Merkel, que deixa o cargo de primeira-ministra após 16 anos e quatro mandatos.
Olaf Scholz, do Partido Social-Democrata (SPD) lidera as pesquisas, seguido por Armin Laschet, da União Democrata Cristã (CDU), apoiado por Merkel. Annalena Baerbock, do Partido Verde, que chegou a liderar as intenções de voto, deve ficar em terceiro lugar.
Mas, segundo uma agência de notícias, a disputa se tornou mais acirrada na reta final entre os social-democratas (SPD), com 25% das intenções de voto, e os conservadores (CDU/CSU), que subiram para 23% na pesquisa mais recente do instituto Civey, divulgada nesta quinta-feira (23).
O nome do novo chanceler, como é conhecido o premiê alemão, só deve ser confirmado, no entanto, daqui a algumas semanas, quando forem concluídas as negociações entre os partidos que irão se aliar.
Isso porque nenhum deles deve conquistar uma maioria absoluta, e certamente vai depender de uma coalizão para formar um novo governo. É assim que, atualmente, Merkel, da CDU, governa com apoio do SPD e da União Social-Cristã na Baviera (CSU).
Votação
O modelo de escolha do chefe de governo alemão é complexo e segue várias etapas. Começa com a votação dos eleitores duas vezes na mesma cédula eleitoral e termina com a aprovação do nome do novo chanceler pelo Parlamento recém-eleito.
No primeiro voto, os eleitores escolhem o candidato a representante de cada um dos 299 distritos eleitorais alemães. Cada partido apresenta seu concorrente, e há a possibilidade da participação de independentes desde que eles tenham ao menos 200 assinaturas de apoiadores.
No segundo voto, o eleitor marca o partido de sua preferência. Não precisa ser necessariamente a mesma agremiação do candidato da primeira votação. Ou seja, se uma pessoa preferiu um representante da CDU para representar seu distrito, ela pode sem problema algum votar no SPD nessa segunda escolha caso prefira essa sigla à outra, como um todo.
Para essa segunda votação, cada partido indica uma lista de lideranças políticas que podem representar cada um dos estados alemães no Parlamento, com ao menos 299 vagas. Nesse caso, os assentos são distribuídos proporcionalmente de acordo com o percentual de votos das siglas na eleição. Aí, cada agremiação ocupa as cadeiras correspondentes de acordo com a ordem da lista definida previamente.
Após a apuração e a atribuição dos assentos no Parlamento, o partido com mais votos busca uma aliança para indicar um nome para o cargo de chanceler. Esse nome é o do líder do partido, definido pela própria sigla geralmente antes mesmo da votação.
Os parlamentares têm um mês para tomar posse e, aí, começar a efetivar o nome do chanceler a partir das coalizões. É muito difícil que um partido sozinho obtenha mais de 50% dos assentos no Parlamento da Alemanha, então o cenário mais provável é o da costura de alianças partidárias.
Finalmente, o nome indicado é levado ao presidente da Alemanha, que atualmente é Frank-Walter Steinmeier. Ele tem um papel cerimonial, não participa do governo, e apenas ratifica a indicação e a devolve ao Parlamento. Os parlamentares, então, em uma votação secreta, oficializam a escolha do novo chanceler alemão.