Sábado, 26 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 22 de setembro de 2015
Depois de cinco anos em um abrigo para refugiados superlotado no sul da Alemanha, Ashkan por fim encontrou um quarto para alugar.
Acaba de ser reformado e é barato, embora seja pequeno e um pouco distante da cidade. Ashkan, 22, cozinheiro que fugiu do Afeganistão depois que o Taleban matou seu pai, imediatamente começou a decorar seu novo espaço, com um colchão de enrolar afegão, um tapete persa e a bandeira do Afeganistão.
A edificação baixa ao lado de seu novo lar não lhe parece fora do comum de maneira alguma. Mas para um alemão, o formato característico, alongado, é bastante perturbador, e por um bom motivo.
O novo lar de Ashkan fica em Dachau, um antigo campo de concentração onde os nazistas assassinaram 41,5 mil pessoas, algumas das quais em dolorosas experiências médicas. Na era nazista, o complexo de edifícios em que Ashkan vive era usado como uma escola de medicina alternativa, de base racial, cercada por uma área plantada por trabalhadores escravos e conhecida como “horta das ervas”.
Questionado se a história do local o faz sentir inquietação, Ashkan responde com um sorriso resignado: “Eu queria só ter um teto sobre minha cabeça”. (Sophie Hardach/The Guardian)