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Saúde Alerta na saúde: câncer de pulmão cresce entre os não fumantes

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Cigarro ainda é o principal fator de risco para o câncer de pulmão. (Foto: Reprodução)

Entre os médicos, é unanimidade que o cigarro é o principal fator de risco para o câncer de pulmão. Só que um outro problema está preocupando os especialistas: o aumento no número de casos da doença entre os não fumantes. Além disso, não fazer diagnóstico precoce é outra questão que torna esse câncer o tipo de tumor mais letal do mundo. As informações são do jornal O Globo.

“A grande discussão é que o tabaco, embora seja a principal, não é a única causa de câncer de pulmão. Hoje em dia começa a crescer a incidência de câncer de pulmão entre as pessoas não fumantes”, diz o pneumologista Barros Franco, membro da SBPT (Comissão de Câncer de Pulmão da Sociedade Brasileira de Pneumologia).

“Nós fizemos um trabalho estudando os garçons que trabalhavam em restaurantes em que é permitido fumar. E os não tabagistas, que são garçons e servem pessoas que fumam, têm uma incidência de câncer semelhante a dos tabagistas.”

Esse foi o foco de um encontro realizado pelo jornal em parceria com o Cepem (Centro de Estudos e Pesquisas da Mulher), na última quarta-feira. Além de Barros Franco, participaram do evento o radiologista Marcelo Chaves, responsável pela área de radiologia torácica do Cepem e o cardiologista Cláudio Domênico, que coordenou o encontro.

Barros Franco também aponta outros fatores que causam câncer de pulmão. Um deles é o genético. Pessoas com parentes de primeiro grau que tiveram o tumor devem ficar atentas, de acordo com o pneumologista. Há também algumas substâncias causadoras do câncer, como amianto, que está presente em telhas, sílica, presente em alguns minérios a que trabalhadores da construção civil, por exemplo, acabam ficando expostos, e o gás radônio, um gás radioativo que é liberado da terra em áreas ricas em minérios como o urânio.

A incidência do câncer de pulmão é alta no Brasil: é o segundo mais comum em homens e o quarto entre as mulheres, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca). Cerca de 13% dos novos casos de neoplasias descobertos no mundo estão nos pulmões. O Inca estima que 31.270 novos diagnósticos da doença serão feitos neste ano no Brasil.

Outro ponto abordado no evento é a falta de prevenção. De acordo com os médicos, muitas pessoas não realizam um diagnóstico precoce, indo apenas a consultas quando estão com sintomas e o quadro já é avançado.

“O sintoma do câncer de pulmão só aparece quando a doença está avançada. Isso porque câncer não dói. Só dói quando a doença invade o intestino, comprime um vaso, invade uma costela. Aí, o paciente sente dor e procura um médico. Daí vem a importância de se fazer um controle precoce disso. Nós temos um dado aqui de que apenas 16% dos casos são diagnosticados em uma fase precoce”, explica o radiologista Marcelo Chaves.

Para fazer essa prevenção, Barros Franco recomenda que se faça a tomografia de baixa dose. Um procedimento que, segundo ele, é feito regularmente nos Estados Unidos.

“É uma tomografia de tórax. É feita uma radiação muito pequena e que pesquisa nódulos no pulmão. Isso permite que você diagnostique numa fase que o câncer é curável. Então, é importante que as pessoas façam. Recomendamos que procure um médico e discuta essa questão para identificar se vale fazer essa tomografia.”

O cardiologista Cláudio Domênico aproveitou para citar um outro dado referente ao tema. Ele falou sobre uma pesquisa da USP, que mostrou que ficar uma hora no tráfego de São Paulo equivale a fumar cinco cigarros por causa da poluição na cidade. Tendo isso em vista, citou um exemplo do que a Alemanha tem feito para melhorar a qualidade do ar.

“Lá, com a diminuição de população, as cidades estão ficando vazias. Com isso, estão derrubando aqueles prédios antigos, vazios e estão fazendo praças no lugar. Esse é um dos mecanismos que eles acharam.”

Barros Franco também aproveitou para falar sobre o uso de cigarros eletrônicos, que vêm aumentando, principalmente nos Estados Unidos, onde atualmente há uma discussão sobre os malefícios à saúde. Ele está sendo apontado, inclusive, como causa de algumas mortes.

“As companhias querem vender uma mensagem mentirosa, que você está usando nicotina, mas com muito menos risco do que o cigarro que tem outras substâncias. O problema é que as crianças já sabem que cigarro faz mal, já leram que faz mal. Então, começam a fumar cigarro eletrônico. Você abre uma mochila deles e saem cinco modelos. Então, eles começam e ficam dependentes de nicotina, porque vicia e você precisa manter essa dependência.”

De acordo com ele, outro problema é a falta de conhecimento sobre o produto:

“Na verdade, não se sabe nem ainda exatamente do que esse cigarro eletrônico é feito, o que está sendo fumado. Isso ainda está em estudo. Hoje em dia se fuma tudo no cigarro eletrônico.”

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https://www.osul.com.br/alerta-na-saude-o-cancer-de-pulmao-cresce-entre-os-nao-fumantes/ Alerta na saúde: câncer de pulmão cresce entre os não fumantes 2019-09-28
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