A Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul publicou um alerta epidemiológico com orientações para profissionais da saúde e população em geral sobre a Mpox.
Desde o início deste ano, o Estado registrou cinco casos confirmados da doença (três em Porto Alegre, um em Gravataí e um em Passo Fundo), sendo um caso notificado em janeiro, dois em fevereiro e dois em agosto. Em nenhum deles, o vírus detectado foi da nova variante que levou a OMS (Organização Mundial de Saúde) a declarar Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional.
O objetivo do alerta publicado na segunda-feira pelo governo gaúcho é detectar os possíveis casos suspeitos e analisar o perfil genotípico das amostras. A medida busca identificar oportunamente a presença da nova variante no RS e desencadear medidas de controle e promoção de saúde em resposta ao agravo.
Sobre a Mpox
A Mpox é uma doença causada pelo mpox vírus (MPXV), do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae, classificado por dois clados genéticos: 1 e 2. Clados são grupos de vírus que, apesar de terem semelhanças, não são geneticamente idênticos.
Trata-se de uma doença zoonótica viral, em que sua transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com pessoas infectadas pelo mpox vírus, materiais contaminados com o vírus ou animais silvestres (roedores) infectados. Foi identificada pela primeira vez em humanos em 1970, na República Democrática do Congo, na África, onde continua a ser endêmica.
Os sintomas gerais da Mpox incluem erupções cutâneas ou lesões de pele, linfonodos inchados (ínguas), febre, dor de cabeça, dores no corpo, calafrio e fraqueza. O intervalo de tempo entre o primeiro contato com o vírus até o início dos sinais e sintomas (período de incubação) é tipicamente de 3 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias.
Após a manifestação de sintomas como erupções na pele, quando as crostas desaparecem, a pessoa doente deixa de transmitir o vírus. As erupções na pele geralmente começam dentro de um a três dias após o início da febre, mas, às vezes, podem aparecer antes da febre.
As pessoas que tiverem sintomas compatíveis devem procurar uma unidade de saúde para avaliação e informar se tiveram contato próximo com alguém com suspeita ou confirmação da doença. Se possível, devem se isolar e evitar contato próximo com outras pessoas.
Transmissão
A principal forma de transmissão da Mpox ocorre por meio do contato direto pessoa a pessoa (pele e secreções) e exposição próxima e prolongada com gotículas e outras secreções respiratórias. A infecção também pode ocorrer no contato com objetos recentemente contaminados, como roupas, toalhas, roupas de cama, utensílios e pratos.
Prevenção e vacina
A principal forma de proteção contra a Mpox é a prevenção. Assim, aconselha-se a evitar o contato direto com pessoas com suspeita ou confirmação da doença. As pessoas com suspeita ou confirmação devem cumprir isolamento imediato, não compartilhar objetos e material de uso pessoal, tais como toalhas, roupas, lençóis, escovas de dente e talheres, até o término do período de transmissão.
A estratégia de vacinação contra a Mpox no Brasil, gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde), começou em 2023 com foco nas pessoas com maior risco de evolução para as formas graves da doença.
A vacinação pré-exposição é recomendada para pessoas vivendo com HIV/Aids (homens cisgêneros, travestis e mulheres transexuais; com idade igual ou superior a 18 anos; e com status imunológico identificado pela contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células nos últimos seis meses) e profissionais de laboratórios que trabalham diretamente com Orthopoxvírus (em laboratórios com nível de biossegurança 2 (NB-2), de 18 a 49 anos de idade).
Também é orientada uma vacinação pós-exposição àquelas pessoas que tiveram contato direto com fluidos e secreções corporais de pessoas suspeitas, prováveis ou confirmadas para Mpox, cuja exposição seja classificada como de alto ou médio risco, mediante avaliação da vigilância local.