Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 16 de maio de 2024
Diante do agravamento dos alagamentos, cerca de 600 moradores atingidos por inundações na cidade de Rio Grande foram resgatados por equipes da Defesa Civil no município ao longo da madrugada dessa quinta-feira (16). O nível da Lagoa dos Patos está subindo em um ritmo acelerado e marcou 2,74 metros às 16h na cidade, o equivalente a 84 centímetros acima do nível do cais.
A Lagoa dos Patos recebe a água vinda de vários rios do Rio Grande do Sul, mas a vazão até o oceano está retida devido ao grande volume das chuvas e também por causa do forte vento.
Em Pelotas, outra cidade na região Sul do Estado bastante afetada pela cheia da Lagoa dos Patos, a prefeitura ampliou o mapa de áreas com alto risco de inundação devido ao sistema de drenagem sobrecarregado. O canal de São Gonçalo registrou a marca histórica de 3 metros. O máximo registrado até então era de 2,88 metros na enchente de 1941.
”Geralmente, a maré sobe à noite e baixa de dia. Essa pressão da elevação da maré e a redução da saída da água está provocando inundações em Rio Grande e, consequentemente, ocasiona o efeito de empilhamento das massas de água, provocando a elevação da Lagoa dos Patos na nossa região, dificultando o escoamento do canal”, detalhou a hidróloga Tamara Beskow.
O Rio Grande do Sul vive a maior tragédia climática de sua história, atingido por fortes temporais desde o último dia 29. Segundo a Defesa Civil estadual, 461 dos 497 municípios gaúchos foram impactados, e mais de 615 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas. Em consequência das chuvas, 151 pessoas morreram e 108 seguem desaparecidas.
Estudo
O governo federal vai iniciar estudos para a construção de um canal de cerca de 20 quilômetros entre a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico para escoar a água da lagoa.
A obra de engenharia é vista como uma das possibilidades para evitar alagamentos nas cidades em redor da lagoa, inclusive a capital Porto Alegre.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, avaliou que o canal vai evitar inundações da magnitude que se viu no mais recente desastre ambiental. E que vai ajudar, principalmente, a Região Metropolitana de Porto Alegre.
Ainda não há prazos ou custos estimados. Segundo o ministro, o estudo vai buscar alternativas que não impliquem em danos adicionais ao meio ambiente – por exemplo, que não alterem a salinidade da lagoa com a entrada de mais água do oceano.
Em alguns trechos da Lagoa dos Patos, a altura é de nove metros acima do nível do mar – o que facilita o escoamento por gravidade.
Ao mesmo tempo, é preciso haver uma espécie de dique para bloquear o fluxo da água no sentido oposto, do oceano para a lagoa.
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