Quarta-feira, 12 de março de 2025
Por Redação O Sul | 12 de março de 2025
Além do recorde positivo, o resultado representa uma redução expressiva de 64,3% em relação a fevereiro de 2024
Foto: Polícia FederalOs alertas de desmatamento na Amazônia Legal atingiram em fevereiro deste ano o menor índice já registrado para o mês, marcando um avanço significativo na preservação da floresta.
Segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram desmatados 81 km² no período, o menor número desde o início da série histórica, em 2016. Para efeito de comparação, essa área equivale à extensão territorial de Vitória (ES), a menor capital do Brasil.
Além do recorde positivo, o resultado representa uma redução expressiva de 64,3% em relação a fevereiro de 2024, quando foram destruídos 227 km² de floresta. A Amazônia Legal ocupa 59% do território brasileiro, abrangendo oito Estados inteiros (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.
Os alertas foram emitidos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), responsável por identificar alterações na cobertura florestal em áreas acima de 3 hectares (0,03 km²). O sistema monitora tanto desmatamento completo quanto processos de degradação florestal, como exploração de madeira, queimadas e mineração.
A redução do desmate se torna ainda mais expressiva quando comparada ao pico de 322 km² registrado em fevereiro de 2023, uma queda de 74,8%. Entre os Estados que mais registraram desmatamento no último mês, o Mato Grosso lidera, com 29 km² de floresta derrubada, seguido por Roraima (18 km²), Pará (15 km²) e Amazonas (11 km²).
O governo federal atribui essa redução a um conjunto de medidas intensificadas nos últimos meses, como reforço na fiscalização, combate a crimes ambientais e fortalecimento de políticas de preservação.
No entanto, especialistas alertam que variações mensais são comuns e que a preservação a longo prazo depende de um monitoramento contínuo e investimentos estruturais na proteção da Amazônia. Enquanto a Amazônia registra avanços, o cenário no Cerrado ainda preocupa. Dados do Inpe mostram que, embora o desmatamento no bioma tenha caído 24% em fevereiro de 2025, passando de 655 km² para 494 km², os números continuam alarmantes.
Os Estados com maior área desmatada no mês foram Piauí (118,1 km²), Bahia (104,71 km²) e Tocantins (97,45 km²). Já Mato Grosso (52,81 km²) e Maranhão (57,4 km²) apresentaram índices menores, mas ainda considerados expressivos.
Os alertas de desmatamento são emitidos pelo Deter, sistema do Inpe que identifica rapidamente mudanças na cobertura florestal, ajudando a direcionar ações de fiscalização.
No entanto, o Deter não é a medição oficial do desmatamento. Esse papel cabe ao Prodes, também do Inpe, que realiza uma análise detalhada ao longo do ano e costuma registrar números mais altos do que os alertas iniciais. As informações são do portal de notícias Terra.