Sábado, 29 de março de 2025
Por Redação O Sul | 25 de março de 2025
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que as milícias digitais continuam atuando, “inclusive durante esse julgamento, tentando pegar trechos para montar”. Ele deu a declaração durante o julgamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre uma suposta tentativa de golpe de estado.
Mais cedo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é apontado como líder da trama golpista, republicou em seu perfil no X um vídeo do ministro Flávio Dino fazendo uma pergunta a um dos advogados sobre a delação de Mauro Cid. “Sim, é isso mesmo que você está ouvindo. O ministro Flávio Dino não sabia que a tal minuta do golpe já estava na rede social antes mesmo de acharem no celular do Anderson Torres”, diz o post. Bolsonaro está presente no julgamento.
“A especialidade dessas milícias digitais é a produção de fake news para tentar intimidar o Poder Judiciário. Não perceberam que, se até agora não intimidaram o Judiciário, não vão intimidar, seja com milícias digitais ou estrangeiras, porque o Brasil é um país soberano e independente”, afirmou Moraes.
“Velhinhas”
Moraes negou que o STF esteja condenando “velhinhas com a Bíblia na mão” ao julgar os manifestantes golpistas do 8 de Janeiro.
Durante o julgamento das chamadas “preliminares” – em que os ministros da corte analisaram questões técnicas antes de decidir o mérito da denúncia – Moraes rebateu críticas à atuação do STF nos julgamentos do tema.
“Eu aproveito aqui, presidente, para desfazer uma narrativa totalmente inverídica. Até um dos nobres advogados disse uma questão de terraplanismo, de que aqui seria muito semelhante. Se cria uma narrativa assim como a terra seria plana, o Supremo Tribunal Federal estaria condenando, abre aspas, ‘velhinhas com a bíblia na mão’, fecha aspas, que estariam passeando num domingo ensolarado pelo Supremo Tribunal Federal, pelo Congresso Nacional e pelo Palácio do Planalto. Nada mais mentiroso do que isso, seja porque ninguém lá estava passeando, e as imagens demonstram isso, seja pelas condenações que eu peço para colocar para facilitar”, disse o ministro.
O ministro apresentou um balanço das condenações envolvendo o tema, destacando que, em 497 ações penais julgadas que resultaram em condenação, 240 pessoas foram condenadas a penas de 1 ano, com 102 condenados a penas de 14 anos, 58 condenados a 16 anos e 6 meses e 44 condenados a penas superiores ou iguais a 17 anos de prisão. (Com informações do jornal O Estado de S. Paulo e do portal G1)