O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nessa quinta-feira (27) que a defesa de Léo Índio preste informações, no prazo de 48 horas, sobre um vídeo em que o primo dos filhos mais velhos de Jair Bolsonaro afirma que foi para a Argentina.
A gravação foi divulgada pela emissora Massa FM Cascavel (PR) na quarta-feira (26). No vídeo, Léo Índio diz que deixou o país há mais de 20 dias.
A saída do Brasil ocorreu após o avanço, na Primeira Turma do STF, da denúncia contra ele por envolvimento nos atos extremistas de 8 de janeiro. Ele é acusado de associação criminosa, golpe de Estado e mais três crimes.
“Intimem-se os advogados regularmente constituídos por Leonardo Rodrigues de Jesus para que prestem esclarecimentos, no prazo de 48 horas, sobre as notícias de que o réu teria se evadido do país”, afirma Moraes no despacho.
Réu em um processo penal no STF, Leo Índio não está proibido de deixar o País. O primo dos filhos de Bolsonaro é alvo de outras medidas cautelares, como bloqueio de perfis nas redes sociais e de contas bancárias.
Nessa quinta-feira (27), a Primeira Turma do STF formou maioria para negar um recurso da defesa e manter a decisão, de fevereiro, de abrir uma penal contra ele. Procurada pela TV Globo, a defesa de Léo Índio não quis comentar a saída dele do país.
No vídeo enviado à Massa FM de Cascavel (PR), Léo Índio também criticou o PL, partidos de direita e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Na avaliação dele, nem os partidos nem Motta priorizam o projeto de lei que anistia os apoiadores de Bolsonaro que estão sendo julgados pela invasão e destruição de prédios públicos no 8 de janeiro.
Na gravação, Léo Índio afirma que está na Argentina há mais de 20 dias, com uma permissão que precisa ser renovada a cada três meses. Ele declara ter receio de ser preso quando for renovar o documento.
Ele também diz que, se o projeto da anistia fosse uma prioridade, os 92 deputados do PL e os demais partidos de direita paralisariam as votações na Câmara.
Na quarta (26), após o STF tornar Jair Bolsonaro e mais sete aliados réus por tentativa de golpe, o PL manobrou para derrubar a sessão da Câmara, obstruindo a análise de propostas.