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Política Alexandre de Moraes é atração em festa de José Sarney e diz que há “muito trabalho pela frente” sobre os atos extremistas de 8 de janeiro

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Defesa também considera solicitar diretamente às autoridades italianas. (Foto: Carlos Moura/SCO/STF)

O ex-presidente José Sarney abriu, na segunda-feira (24) a casa para comemorar seus 93 anos. A recepção reuniu o poder em Brasília e, pelo papel do ex-senador na transição democrática, ganhou um simbolismo no atual momento político. Nas rodas de conversas ao pé do ouvido, se falou de tudo. Desde a nomeação do próximo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), a tentativa de golpe de 8 de janeiro e a relação desconfiada entre o governo Lula e a cúpula do Congresso.

Ministros do STF, o procurador-geral da República, autoridades do primeiro escalão do Executivo, lideranças do Congresso, governadores, velhos colaboradores e uma romaria de políticos do Maranhão foram “tomar a benção”. “Já bati continência”, disse a colegas o ministro Wellington Dias, da pasta do Desenvolvimento Social e Assistência Social, Família e Combate à Fome, depois de cumprimentar Sarney. Do grupo do ex-presidente Jair Bolsonaro, o senador “astronauta” Marcos Pontes, do PL de São Paulo, era uma das “celebridades” da festa.

O ministro Alexandre Moraes, do Supremo, foi um dos primeiros a chegar. “Você é a estrela da festa”, disse um dos presentes. Ao longo da noite, Moraes evitou conversas longas. “Temos muito trabalho pela frente”, disse o ministro que conduz o processo sobre os atos extremistas de 8 de janeiro.

Em viagem a Portugal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou mais cedo para dar os parabéns. Nas eleições passadas, Sarney declarou voto no petista. Quem também ligou foi o presidente português, Marcelo Rebelo, segundo reportagem do Correio Braziliense.

Não faltaram representantes do Planalto na festa. O presidente interino Geraldo Alckmin e a mulher, Lu, demonstraram estar à vontade no aniversário. “Como disse Jorge Amado, no período do presidente Sarney a democracia foi plena”, comentou. “Mais de trinta anos depois, a democracia esteve em risco, como foi dia 8 de janeiro”, observou. “A resposta veio dos três poderes e dos três níveis de governo, todos foram firmes.”

Alckmin avaliou que a instalação de uma CPMI para investigar o movimento golpista de 8 janeiro é “indiferente” à programação de votações do governo. “Nenhum problema”, disse. Sobre a agenda prioritária, defendeu a proposta de reforma tributária e o arcabouço fiscal. “São os dois projetos importantes para a retomada econômica.”

O ex-presidente Michel Temer foi outro cortejado com pedidos para tirar fotos e conversas sobre seu governo. “Sarney é uma referência de moderação”, disse Temer. “Sou repetitivo: o país precisa de reconciliação”. Uma pessoa perguntou se havia chance de uma reaproximação com o atual presidente. Ao pé do ouvido dela, Temer disse: “Ele (Lula) só me chama de golpista”, disse num tom de brincadeira e de queixa.

Roseana Sarney, filha do ex-presidente e agora deputada, encomendou um bolo e bandejas de doces. A mesa ficou intacta quase toda a noite. Foram servidos uísque Old Parr 12 anos, vinho Bom Juiz, do Alentejo, safra 2020, espumante Freixenet, refrigerantes e sucos. O irmão de Roseana, o ex-ministro do Meio Ambiente, Zequinha Sarney, contou que a família resolver fazer a festa ao perceber que o pai estava tranquilo, sem ansiedade. “Depois dos 90 anos, é preciso comemorar sempre.”

Antigo adversário da família Sarney no Maranhão, o ministro da Justiça, Flávio Dino, brincou quando ouviu o comentário irônico de que faria uma foto “histórica” ao cumprimentar o ex-presidente: “Já são tantas fotos históricas”. Ao lado do ex-presidente, o ministro disse que festa grande seria a dos 100 anos.

O ministro desfilou com o interino do GSI, o jornalista Ricardo Cappelli, à tiracolo. “Cappelli é um general”, disse um deputado maranhense para agradar. “Vocês estão sendo bravos”, afirmou outro. “Ele ficará apenas uma, ou duas semanas. Vai entrar um general mesmo no posto”, ponderou minutos depois o ministro da Justiça.

Flávio Dino deu abraços de grande amigo em Ricardo Lewandowski, ministro recém-aposentado do Supremo e o presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, cotado a assumir a vaga. “Vou conversar com o (Aloizio) Mercadante para a gente organizar uma homenagem ao senhor”, disse Dino a Lewandowski. “Toca o hino nacional que já está bom”, respondeu, bem-humorado o ex-magistrado. Mais no ouvido de Dino, o ex-magistrado comentou: “Tem que ter peito de aço para enfrentar os caras”, referindo-se aos bolsonaristas.

A festa de Sarney mostrou uma cidade que sempre viveu a política 24 horas e, após o isolamento e o advento das redes sociais, viu o tempo da política da conversa por excelência se esvair. Ao longo da noite, os diálogos quase sempre começavam com um cumprimento e terminavam com sugestões de encontros nos dias seguintes, sem nada marcado.

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