Terça-feira, 19 de novembro de 2024
Por Flavio Pereira | 27 de outubro de 2022
As rádios dizem que não receberam propagandas do horário eleitoral da campanha de Bolsonaro que deveriam ser distribuídas pelo pool de emissoras que funciona no TSE. A auditoria entregue ao TSE demonstra que o prejuízo da campanha do presidente Jair Bolsonaro é irreparável e que a campanha de Lula foi beneficiada, caso se confirme a fraude nas inserções obrigatórias da propaganda de rádio conhecida como “Radiolão”.
O presidente do TSE rejeitou o pedido de investigação das possíveis fraudes nas inserções de rádio da propaganda eleitoral que beneficiaram a candidatura de Lula, do PT, e negou-se a abrir um inquérito. Ele remeteu o caso para o STF, embora seja matéria de competência da Justiça Eleitoral. O servidor que coordena a área de distribuição dos spots de rádio, Alexandre Gomes Machado, demitido pelo presidente do TSE, em depoimento à Polícia Federal confirmou que desde 2018 havia informado reiteradamente ao gabinete do presidente do tribunal, de que existem falhas de fiscalização e acompanhamento na veiculação de inserções da propaganda eleitoral gratuita.
Em nota, o TSE lavou as mãos, e explicou que não é sua responsabilidade fiscalizar esse tipo de trabalho. Porém, o pool de emissoras que coordena a distribuição da propaganda, funciona na sede do TSE, com servidores da Justiça. Alexandre Gomes Machado foi demitido em ato assinado pelo presidente do TSE.
Fraude da propaganda oficial do rádio favoreceu Lula, diz auditoria
O que chama a atenção na auditoria realizada pela Audiency, é o fato de que o candidato Jair Bolsonaro foi prejudicado na maioria das emissoras em relação a Lula.
A campanha do presidente Jair Bolsonaro teve mais inserções em 94 (8,38%) das emissoras e a campanha de Lula foi beneficiada em 991 (88,32%) rádios. Os dados se referem apenas ao Nordeste, onde 1.122 emissoras e apenas 37 (3,3%) cumpriram o que determina a legislação eleitoral, veiculando a mesma quantidade de inserções entre os dias 7 e 14 de outubro. Na Bahia, o radialista Washington Rodrigues, da Rádio Clube Vitória da Conquista, disse que o escândalo das inserções do presidente Jair Bolsonaro (PL) em emissoras do Norte e do Nordeste têm relação com a campanha do Partido dos Trabalhadores (PT). “Tudo isso foi induzido pela campanha do Lula”, afirmou.
Moraes não investiga possível benefício a Lula e manda investigar Bolsonaro
O que chama a atenção é que, contrariando uma linha que vinha orientando o TSE, quando sempre determinava imediatas providências, neste caso Alexandre de Moraes negou o pedido da campanha de Jair Bolsonaro e determinou ainda que o Ministério Público investigue “possível cometimento de crime eleitoral com a finalidade de tumultuar o segundo turno do pleito”. O presidente do TSE enviou o caso para o corregedor-geral eleitoral, ministro Benedito Gonçalves (STJ/TSE), para investigar “eventual desvio de finalidade no uso do Fundo Partidário” na contratação da empresa Audiency, de auditoria/checagem.”
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