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Alexandre de Moraes manda a Polícia Federal apresentar conversas entre Marielle Franco e delegado acusado de ser mandante do homicídio

A ação penal que investiga os mandantes do assassinato de Marielle está na fase final de tramitação do STF. (Foto: Renan Olaz/Câmara do Rio de Janeiro)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Federal (PF) apresente a transcrição das conversas no aplicativo WhatsApp entre o delegado Rivaldo Barbosa e a vereadora Marielle Franco (PSOL). A decisão atende a um pedido de Rivaldo, que é réu no STF na ação penal que apura quem são os mandantes do assassinato de Marielle.

Também deverão ser apresentadas as conversas de Rivaldo com o general Richard Nunes, que comandou a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro na época do crime, e com os delegados Giniton Lages, Daniel Rosa e Brenno Carnevale — os dois primeiros atuaram na investigação do assassinato.

Moraes ainda aceitou outra solicitação da defesa de Rivaldo, para que seja enviada ao STF uma investigação que tramita no Rio de Janeiro que também teria a participação do ex-policial Ronnie Lessa, que confessou ter matado Marielle.

Por outro lado, o ministro do STF rejeitou um pedido de compartilhamento da apuração sobre uma suposta estrutura paralela que foi montada dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O delegado Daniel Rosa teria sido alvo de monitoramento ilegal. Moraes considerou, contudo, que isso “não possui relevância para a apuração dos delitos objetos da Ação Penal”.

A ação penal que investiga os mandantes do assassinato de Marielle está na fase final de tramitação do STF. No ano passado, foram ouvidos os depoimentos dos réus e das testemunhas. Agora, as partes podem pedir diligências complementares, como fez a defesa de Rivaldo. Após a conclusão dessa etapa, será aberto o prazo de alegações finais.

Assassinos condenados
Em outubro do ano passado, os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, assassinos confessos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, foram condenados a 78 anos e 9 meses e 59 anos e 8 meses de prisão, respectivamente, em regime fechado, por duplo homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e receptação. O julgamento foi finalizado ontem, no 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, 6 anos e 7 meses depois do crime.

À Polícia Federal, Ronnie Lessa acusou os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão como os mandantes do crime. Ele afirmou que a execução teria sido motivada para proteger interesses econômicos de milícias. O delegado Rivaldo Barbosa, o então chefe da Polícia Civil do RJ na época dos assassinatos, é acusado de ter prejudicado as investigações. As informações são dos portais O Globo e Correio Braziliense.

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