Por Redação O Sul | 24 de abril de 2025
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que desde o mês passado vive uma espécie de autoexílio nos Estados Unidos, acusou nessa quinta-feira (24) o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de querer matar seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
No X (antigo Twitter), Eduardo reproduziu uma publicação do teórico da conspiração Alex Jones, condenado nos EUA por divulgar informações falsas, na qual o americano divulgou o vídeo em que uma oficial de justiça intima Bolsonaro dentro de uma unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, onde está internado há 12 dias após uma cirurgia para tratar uma obstrução intestinal.
Em inglês, o filho 03 do ex-presidente compartilhou ainda uma notícia sobre o boletim médico mais recente de Bolsonaro, que indicou uma piora clínica no seu estado de saúde com um quadro de pressão arterial elevada e elevação das enzimas hepáticas. Como mostrou o colunista Lauro Jardim, a equipe médica atribui a anomalia no fígado ao jejum oral prolongado.
“Quem poderia imaginar que intimar uma pessoa em uma UTI dez dias após passar por uma cirurgia de 12 horas pioraria seu estado de saúde. Só há uma resposta para isso: Alexandre de Moraes quer matar Bolsonaro”.
Eduardo, inclusive, parece ter acionado sua rede de aliados de Donald Trump nos EUA para sair em defesa do pai de forma coordenada.
Além de Alex Jones, também manifestaram solidariedade a Bolsonaro nas últimas horas Steve Bannon, ex-assessor de Trump e espécie de “guru” da sua primeira campanha presidencial, em 2016, o ex-porta-voz do republicano Jason Miller e o blogueiro malaio Ian Miles Cheong, que navega na bolha da direita americana.
O ex-funcionário do Departamento de Estado americano na primeira gestão de Trump (2017-2021) Michael Benz, que se apresenta como Mike Benz nas redes, classificou a intimação como um ato “monstruoso” e defendeu que os EUA imponham sanções e embargos ao Brasil até que Alexandre de Moraes sofra impeachment.
Benz ganhou notoriedade entre bolsonaristas após declarar – sem provas – que a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAid) agiu deliberadamente para forçar a derrota de Bolsonaro nas eleições brasileiras de 2022. Como publicamos no blog, ele foi convocado pela Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, comandada por Eduardo a partir dos EUA através do aliado Filipe Barros (PL-PR), para falar ao colegiado sobre a atuação da USAid no Brasil.
EUA
Eduardo Bolsonaro anunciou no dia 18 de março, quando estava nos EUA há 19 dias, que permaneceria no país indefinidamente por temer ser preso por ordem de Moraes. O deputado planejou por dias a estratégia e chegou a discuti-la com a Casa Branca de Donald Trump antes de bater o martelo sobre não retornar ao Brasil.
Eduardo é próximo da família Trump, em especial do filho mais velho do presidente americano, Donald Trump Jr., além do próprio republicano.
O deputado licenciado também discutiu com advogados de imigração americanos e um criminalista brasileiro as possíveis consequências de ele ficar nos Estados Unidos. Ao comunicar sua decisão em um vídeo distribuído nem suas redes sociais em março, Eduardo afirmou que se afastou “temporariamente” do cargo de deputado, mas não especificou por quanto tempo a licença duraria. Disse apenas que voltaria quando Moraes “estiver devidamente punido por seus crimes e por seu abuso de autoridade”.
No vídeo, levantou a hipótese de nunca mais ver o pai novamente. Como seu pedido de licença excedeu 120 dias, seu suplente, Missionário José Olímpio, assumiu a cadeira da Câmara temporariamente. À época, também declarou à Folha de S. Paulo que está sendo aconselhado a pedir asilo, o que não se confirmou até o momento.
“Se Alexandre de Moraes quer prender meu passaporte ou mesmo me prender para que eu não possa mais denunciar seus crimes nos EUA, então é justamente aqui que vou ficar e trabalhar mais do que nunca”, disse Eduardo Bolsonaro na ocasião. (Com informações do jornal O Globo)
