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Política Alexandre de Moraes vota para condenar a 14 anos de prisão mulher que pichou estátua do Supremo no 8 de Janeiro

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A estátua pichada, intitulada "A Justiça", é uma das principais obras do artista mineiro Alfredo Ceschiatti, e foi avaliada entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões. (Foto: Joedson Alves/Agência Brasil)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nessa sexta-feira (21) para condenar Débora Rodrigues dos Santos a 14 anos de prisão em regime fechado. Débora está presa pela acusação de participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Ela também foi acusada de pichar a frase “Perdeu, mané” na estátua da Justiça, localizada em frente ao STF, durante os atos.

A frase foi proferida pelo presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, em novembro de 2022, após ser importunado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro durante um evento em Nova York, nos Estados Unidos.

O voto de Moraes, que é relator do caso, foi proferido no julgamento virtual no qual a Primeira Turma da Corte julga a ação penal contra a acusada, que responde pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa armada.

Segundo Moraes, as investigações demonstram que Débora se aliou conscientemente ao grupo que planejara o golpe de Estado e optou por participar ativamente dos atos criminosos. Ela também confirmou as acusações durante seu interrogatório.

“A ré Debora Rodrigues dos Santos confessadamente adentrou à Praça dos Três Poderes e vandalizou a escultura “A Justiça”, de Alfredo Ceschiatti, mesmo com todo cenário de depredação que se encontrava o espaço público”, escreveu o ministro.

Além da pena de prisão, que deve ser cumprida em regime fechado, Moraes sugeriu que Débora fosse condenada a pagar solidariamente os danos causados pela depredação na Praça dos Três Poderes, que são estimados em R$ 30 milhões. A estátua pichada foi avaliada pelo STF entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões.

O julgamento virtual vai até sexta-feira (28). Faltam os votos dos ministros Cristiano Zanin, Flávio Dino, Luiz Fux e Cármen Lúcia.

Defesa

Em nota enviada à Agência Brasil, os advogados Hélio Júnior e Tanieli Telles afirmaram que receberam o voto de Alexandre de Moraes com “profunda consternação”. Segundo a defesa, o voto pela condenação a 14 anos de prisão é um “marco vergonhoso na história do Judiciário brasileiro”.

Os advogados também afirmaram que Débora nunca teve envolvimento com crimes e classificaram o julgamento como “político”.

“Condenar Débora Rodrigues por associação armada apenas por ter passado batom em uma estátua não é apenas um erro jurídico – é pura perversidade. Em nenhum momento ficou demonstrado que Débora tenha praticado atos violentos, participado de uma organização criminosa ou cometido qualquer conduta que pudesse justificar uma pena tão severa”, diz a defesa. (As informações são da Agência Brasil e do portal InfoMoney)

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