Sem citar nomes, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quarta-feira (22), que alguns ministros não têm o devido tato político, o que gera “alguns imprevistos” para o governo. Em tom mais conciliador, o presidente falou a integrantes da bancada do Nordeste no Congresso que espera ter “harmonia” para mudar a situação do Brasil.
“É um governo que se inicia, temos muita vontade de acertar, temos bons ministros. Alguns não têm o devido tato político. Têm a questão técnica, mas não têm a questão política e, em consequência disso, acontecem alguns imprevistos. Mas todos nós estamos focados no futuro do nosso Brasil. Nós temos potencial para atingirmos o nosso objetivo”, disse.
Bolsonaro também se colocou à disposição para ouvir e ajudar os deputados e senadores, considerados importantes na defesa da reforma da Previdência nos Estados. “Não temos problemas para buscar não medir esforços para atendê-los naquilo que for possível”, disse Bolsonaro. Ele afirmou que considera o encontro com parlamentares “muito importante” e lembrou que planeja se reunir nesta sexta-feira (24), em Pernambuco, com governadores do Nordeste. “O somatório de vocês é muito maior do que os governadores. Então, essa opinião, esse saber onde o calo aperta com mais particularidade em cada Estado, isso nos leva para lá com uma base maior.”
A reunião ocorreu na mesma semana em que o presidente faz a sua primeira viagem ao Nordeste para entregar casas populares e anunciar mais verbas para obras de infraestrutura. É nessa região que o presidente registra as piores avaliações, conforme o Ibope.
Previdência
Na reunião, Bolsonaro defendeu a aprovação da reforma da Previdência e prometeu outra proposta que, segundo ele, deve trazer arrecadação maior do que a primeira. Sem dar detalhes, ele disse que o novo projeto será apresentado em breve a deputados e senadores. Questionada, a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto afirmou que “o presidente estuda novos projetos para o País”.
Bolsonaro afirmou que a tal proposta será apresentada antecipadamente aos presidentes e líderes do Congresso. “Um projeto que, com todo o respeito ao Paulo Guedes [ministro da Economia], a previsão de nós termos dinheiro em caixa é maior do que a reforma da Previdência em dez anos”, afirmou Bolsonaro. “Com toda a certeza, será aprovado aqui por unanimidade nas duas Casas, se Deus quiser”, emendou.
Ele afirmou ainda que o governo quer levar adiante propostas de aumento de arrecadação, e não de aumento de impostos. “Não podemos falar em criar impostos. Ninguém aguenta mais essa questão.”
Bolsonaro voltou a elogiar Paulo Guedes, a quem se referiu como “importantíssimo”. “Ele é mais importante do que nunca para o futuro do Brasil porque está capitaneando a questão da reforma da Previdência”, disse.