Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 4 de dezembro de 2015
Um dos principais aliados do vice-presidente Michel Temer, o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, vai deixar o governo. O peemedebista tentou entregar sua carta de demissão ao ministro Jaques Wagner (Casa Civil) na noite desta quinta-feira (03), mas, segundo aliados, Padilha não foi nem mesmo recebido pelo braço direito da presidenta Dilma Rousseff. Padilha então protocolou a carta de demissão no Palácio do Planalto – amigos do ministro dizem que a decisão é irrevogável. A saída do cargo deve ocorrer na semana que vem.
De acordo com aliados do ministro da Aviação Civil, o motivo oficial para a demissão foi uma nomeação da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Padilha queria indicar um aliado, mas, depois de fazê-lo, viu a Casa Civil revogar a nomeação após reclamações. Padilha é o primeiro aliado de Temer a deixar o governo após a abertura do processo de impeachment de Dilma.
O vice-presidente tem se mantido longe da articulação da defesa do governo, e o Planalto tenta constranger Temer a se solidarizar com Dilma publicamente. A estratégia ficou evidente nesta quinta-feira (03), quando aliados de Dilma e de Temer deram versões conflitantes sobre o primeiro encontro de ambos após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciar que daria prosseguimento a um pedido de afastamento da petista.
Enquanto auxiliares da mandatária se anteciparam em divulgar que o peemedebista “assumiu o compromisso” de estar junto com Dilma “na defesa da legalidade e da estabilidade institucional do País”, aliados do vice diziam que Temer se limitou a recomendar à presidenta uma “postura institucional”, evitando o conflito com Cunha para “não aprofundar a crise já posta”. Até mesmo a duração do encontro foi motivo de divergência. (Folhapress)