Segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 17 de fevereiro de 2025
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está dividida em duas frentes enquanto aguarda a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado.
De um lado, assessores próximos ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, buscam apoio político no entorno do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Do outro, a equipe jurídica liderada pelo advogado Celso Vilardi prefere uma estratégia técnica e de pacificação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A tensão aumentou após a live em que Bolsonaro atacou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), acusando-o, sem apresentar provas, de receber recursos do exterior para incentivar jovens de 16 anos a tirar título de eleitor. A transmissão, organizada por Eduardo, pegou a equipe jurídica do ex-presidente de surpresa.
O parlamentar tem mantido contato estreito com aliados de Trump, na expectativa de que o republicano pressione o governo brasileiro caso a denúncia da PGR seja formalizada. A estratégia incluiu uma reunião na sexta-feira (14) entre Bolsonaro e o enviado especial para a liberdade de expressão da Organização dos Estados Americanos (OEA), Pedro Vaca Villareal.
Segundo fontes próximas ao ex-presidente, ele saiu do encontro animado com a possibilidade de um “relatório sincero” sobre o que considera abusos do ministro do STF Alexandre de Moraes. O grupo de Eduardo acredita que a pressão internacional, especialmente dos EUA, pode ser mais eficaz do que uma abordagem conciliatória.
Enquanto o grupo liderado pelo “filho 03” aposta em uma estratégia agressiva e política, a equipe de Vilardi teme que essa abordagem possa prejudicar o caso. Os advogados defendem uma argumentação técnica e uma postura de pacificação junto ao STF, acreditando que os ministros não serão influenciados por pressões externas.
A expectativa é de que a denúncia do procurador-geral da República, Paulo Gonet, seja apresentada nos próximos dias. Em novembro do ano passado, Bolsonaro e mais 36 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal por suposto golpe de Estado.
A defesa do ex-presidente tem se preparado para um possível julgamento no STF, mas as divergências internas podem complicar a estratégia.
A articulação com os EUA ocorre em um momento em que Bolsonaro tenta reforçar sua narrativa de perseguição política. O ex-presidente tem se alinhado a figuras como Elon Musk, que recentemente criticou a suposta interferência da agência americana Usaid em eleições de outros países.
Apesar disso, especialistas questionam a eficácia dessa estratégia, já que o STF tem demonstrado independência em decisões anteriores. As informações são do site Diário do Centro do Mundo.