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Política Aliados de Bolsonaro avaliam que entrevista de Wassef foi um “desastre” e chamam o advogado de “Wasséfalo”

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Estrategistas do ex-presidente se referiam ao advogado como um "fio desencapado".

Foto: Pedro França/Agência Senado
Estrategistas do ex-presidente se referiam ao advogado como um "fio desencapado". (Foto: Pedro França/Agência Senado)

Desastre. Assim foi considerada, para a estratégia de defesa e recebida com variados tipos de palavrões entre os aliados mais próximos de Jair Bolsonaro, a entrevista coletiva dada por Frederick Wassef onde o advogado mudou sua versão sobre a recompra do relógio da marca Rolex vendido ilegalmente nos Estados Unidos pelo ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid.

Estrategistas do ex-presidente se referiam ao advogado como um “fio desencapado” e passaram a chamá-lo de Wasséfalo.

O próprio ex-presidente da República, os filhos e aliados políticos, que discutiram o caso na noite da última terça-feira (15) por telefone e mensagens, avaliaram que Wassef provocou tumulto desnecessário no caso, em um momento em que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes se prepara para decidir se atende ao pedido da Polícia Federal (PF) e quebra o sigilo de Bolsonaro, no âmbito do inquérito sobre as joias sauditas.

“O estrago está feito”, dizem os aliados de Bolsonaro que entraram em campo para tentar impedir que o advogado continue falando. O próprio Jair Bolsonaro se comprometeu a procurar Wassef para pedir que fique calado.

Até a entrevista, que pegou o círculo mais próximo do ex-presidente de surpresa, o plano era submergir para tentar diminuir a temperatura em torno do caso. Frederick Wasseff já se envolveu em diversas confusões em nome da família Bolsonaro. A mais célebre foi ter abrigado o ex-PM e assessor dos Bolsonaro Fabrício Queiroz em um sítio em Atibaia quando ele estava foragido.

A coletiva

O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro admitiu, em coletiva de imprensa que recomprou o relógio recebido de presente pelo então presidente da República durante viagem internacional. O Rolex foi vendido ilegalmente por assessores dele.

Wassef afirmou que não recomprou o objeto de luxo a pedido do ex-chefe do Executivo, mas com seu próprio dinheiro e para cumprir uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU).

“Sim, fui aos Estados Unidos e comprei o Rolex (…) O motivo de eu ter comprado esse relógio: não foi Jair Messias Bolsonaro que me pediu. Meu cliente Jair Bolsonaro não tem nada a ver com essa conduta, que é minha, e eu assumo a responsabilidade. Eu fui, eu assumo, eu comprei”, afirmou.

“Usei do meu dinheiro para pagar o relógio. O meu objetivo quando comprei o relógio era cumprir decisão do Tribunal de Contas da União (TCU)”. Conforme o advogado, a compra foi declarada à Receita Federal.

“O governo do Brasil me deve R$ 300 mil”, afirma Wassef, enquanto mostra um recibo de compra no valor de US$ 49 mil.

“Eu fiz o relógio chegar ao governo”, disse o advogado.

Rolex

Segundo investigação da PF, o objeto foi vendido pelo general Mauro César Lourena Cid, pai de Mauro Cid, e recuperado para ser entregue ao TCU.

As movimentações faziam parte, segundo a PF, de atos para recuperar os itens que integravam o denominado “Kit Ouro Branco”, com o objetivo de “escamotear, das autoridades brasileiras, a evasão e a venda ilícitas dos bens no exterior”.

De acordo com a investigação, o advogado da família Bolsonaro foi escalado para ir aos Estados Unidos recomprar o relógio Rolex, um item de luxo dado de presente ao então governo Bolsonaro.

A recompra foi realizada depois que o TCU determinou que o presente fosse devolvido para a União, porque ele não era um bem de natureza personalíssima. Oficialmente, a equipe de Bolsonaro afirmava que o relógio estava no Brasil e seria devolvido para a União.

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