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Brasil Aliados de Eduardo Cunha apostam que a votação da cassação do deputado afastado só ocorrerá após as eleições de outubro

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Mesmo afastado, Cunha continua recebendo salário, verba para contratação de assessores e moradia funcional (Foto: Divulgação)

Aliados do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) apostam que a votação do seu processo de cassação pelo plenário da Câmara vai atrasar ainda mais e ser empurrada para depois das eleições de outubro. O novo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), cedeu às pressões de aliados do peemedebista e agendou a análise do caso para 12 de setembro, a 20 dias do primeiro turno das eleições municipais.

Com o tradicional esvaziamento do Congresso Nacional nos meses que antecedem as eleições, porém, a avaliação, não só de aliados de Cunha, é de que haverá grande dificuldade para se reunir um quorum expressivo no dia 12. Além da proximidade com as eleições, as segundas-feiras são dias em que raramente há presença substantiva de deputados em Brasília.

Questionado, Maia assegurou que haverá mais de 400 deputados no plenário na ocasião – a Câmara tem 513 cadeiras. Não respondeu, porém, se pensa em adiar a votação caso essa previsão de quorum não se confirme. Uma sessão esvaziada beneficia Cunha, já que sua cassação só será aprovada com o voto de pelo menos 257 de seus 512 colegas. Ausências e abstenções, portanto, contam a seu favor.

Um dos mais fiéis aliados de Cunha, Paulinho da Força (SD-SP) comemorou a data escolhida por Maia. Para ele, por ser um período tradicionalmente vazio, os próprios adversários do deputado afastado se verão obrigados a pedir o adiamento da votação.”Não somos nós que vamos lutar para não votar no dia 12 [de setembro]. Os próprios que querem ver Cunha cassado não vão querer votar quando virem que não haverá quorum”, afirmou.

A ideia dos aliados é jogar a análise para novembro, aumentando assim a sobrevida de Cunha e a chance de que ele escape da cassação. Mesmo afastado, ele continua recebendo salário, verba para contratação de assessores e moradia funcional.

O ex-presidente da Câmara responde a duas ações penais no STF (Supremo Tribunal Federal) e a outras investigações sob a acusação de participar da corrupção na Petrobras. Afastado do cargo e do mandato em 5 de maio, ele renunciou em julho à presidência da Câmara. (Folhapress)

 

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