As críticas e as possíveis inconsistências no processo de delação premiada da JBS deixaram a PGR (Procuradoria-Geral da República) em sua posição mais vulnerável desde o início da Operação Lava-Jato, há três anos, numa disputa pública e de bastidores com o Executivo.
Os procuradores da Lava-Jato, em Brasília, enfrentam ataques públicos da coalização liderada pelo presidente Michel Temer (PMDB). Nos bastidores, ministros do Supremo Tribunal Federal e advogados também criticam procedimentos.
Os governistas e a defesa de Temer apontam supostas incongruências na delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, e a oposição vem criticando a PGR desde os vazamentos das delações de Delcídio Amaral, ainda em 2015, que atingiu os ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva.
A defesa do presidente Michel Temer e seus aliados apontam falhas da PGR nos seguintes pontos do acordo de delação dos irmãos Batista e de seus colabores na JBS: questionam a licitude da gravação do diálogo entre Wesley e o presidente, entendem que ocorreram edições no áudio da conversa divulgada pelo Supremo e enxergam um excesso de benefícios aos delatores.