Quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 15 de dezembro de 2023
As obras da mostra retratam as sensações, os ensinamentos e as reflexões da personagem de Lewis Carroll.
Foto: DivulgaçãoCom instalações multimídia de grande escala inspiradas no famoso livro escrito por Lewis Carroll em 1865, Alice no País das Maravilhas, a exposição REFLEXOS [IN]VERSOS no País das Maravilhas – de Vera Uberti – chega ao Farol Santander Porto Alegre na próxima terça-feira (19). O projeto e a produção são da Doppio Cultural, de Monica Pasinato e Ligia Pedra.
A partir de uma proposta inicial na onírica Ilha de Garda, em pleno Lago de Garda, na Itália, com InWonder(is)land, em 2021, a mostra é composta por 10 grandes instalações imersivas e sensoriais. Cada uma delas representa um personagem ou um momento central da estória, com uma abordagem singular por meio de tecnologias digitais, luzes de led, projeções, fibras óticas e texturas reflexivas.
O percurso é acompanhado pelo áudio do sound designer Furio Valitutti, desenvolvido exclusivamente para a mostra, e pela exibição do vídeo Open My Glade, da artista convidada Pipilotti Rist, videoinstaladora irreverente reconhecida internacionalmente.
Vera Uberti se apropria dos espaços expositivos do Grande Hall de modo a criar uma sucessão de experiências sensíveis, nas quais o visitante pode ir mergulhando e vivenciando condições que aludem ao estado de um sonho, possibilitando uma viagem pelo universo de referências que a artista reprocessa mesclando suas vivências e processos criativos a partir de uma leitura pessoal de Alice no País das Maravilhas.
Ao propor esse jogo, a partir de sua própria viagem, Vera Uberti retoma – para transpor – alguns de seus anteriores trabalhos nos quais já pôde propor e vivenciar, em distintos contextos, a relação com esse mundo de sonho, fantasia e desejo, e os distintos públicos, em diferentes espaços de natureza expositiva, com os quais trabalhou.
É nesse universo surpreendente repleto de poesia que o público percebe-se como reflexo de Alice. Para viver essa viagem, como ensina o Coelho Branco, o convidado “Começa pelo começo. E quando chegar ao fim, para”. Correndo sempre aflito, indica a obsessão com a passagem do tempo e com a rotina corrida das pessoas.
Metamorfose (a lagarta) revela a capacidade de se aceitar e as mudanças e transformações ao longo da vida. Pertencimento e inclusão. Experiência de envolvimento pessoal com um sistema relacional, de forma a se sentir parte integrante de algo maior. O gato misterioso, mostra que existem múltiplos caminhos possíveis. É assim a vida. E, enfim, Disritmia (rainha de copas), o coração bate forte e descompassado com a tirania de cima para baixo, onde não existem questionamentos.
Dessa forma, REFLEXOS [IN]VERSOS no País das Maravilhas é uma proposta de tempo e espaço destinado ao sonhar, não porque os sonhos devam se realizar, mas porque eles devem ser sonhados, por mais impossíveis que possam parecer ser.
A exposição fica em Porto Alegre até 17 março de 2024.