A força-tarefa da Operação Lava-Jato identificou que a empresa Aratec Engenharia Consultoria e Representações, do presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Luiz Pereira da Silva, recebeu depósitos das empreiteiras que compõem o Consórcio Angramon, montador da Usina Angra 3, desde às vésperas da publicação do edital de pré-qualificação até meados deste ano.
“Trata-se de esquema criminoso atual, o que se corrobora em virtude de os contratos celebrados pelo consórcio Angramon e a Eletronuclear para construção de Angra 3 estarem na fase inicial de execução, e, portanto, as propinas prometidas pelas empreiteiras e solicitadas pelo agente público devem estar sendo hodiernamente a este repassadas”, afirmam os procuradores.
Chamou atenção o fato de que, em 25 de fevereiro de 2015, após a divulgação de notícias envolvendo a Lava-Jato, o almirante tenha se retirado do contrato social da Aratec. A empresa atualmente possui como administradora a filha de Othon.
O ex-presidente da Camargo Corrêa Dalton Avancini revelou, em delação premiada, que às vésperas das assinaturas dos contratos entre o Consórcio e a Eletronuclear foi realizada uma reunião, na sede da UTC Engenharia – apontada como líder do cartel de empreiteiras –, em que foi discutida a propina.