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Alta abstenção alerta campanhas e mobiliza candidatos pelo País

Em Belo Horizonte (MG) terá segundo turno neste domingo para definir quem ocupará a Prefeitura. (Foto: Reprodução)

A preocupação com taxas de abstenção mobilizaram candidaturas na reta final do segundo turno, especialmente em capitais onde as pesquisas apontam votações mais apertadas. Em cidades como Goiânia e Belo Horizonte, onde o número de eleitores que se ausentaram das urnas no primeiro turno superou a quantidade de votos dos respectivos líderes nas disputas, o esforço para aumentar a taxa de comparecimento chegou às propagandas eleitorais e envolve também uma mudança de feriado. Em outras quatro capitais, Curitiba, Fortaleza, Cuiabá e Manaus, o acirramento das disputas também abre margem para que flutuações nos índices de abstenção tenham impacto no resultado.

Na capital mineira, vereadores de partidos como PSOL, PT e PSD, que apoiam a reeleição de Fuad Noman (PSD), fizeram uma mobilização nas redes sociais nesta semana para reduzir a taxa de abstenção na capital mineira, que foi a terceira maior do país no primeiro turno, com 29,5%. O percentual superou até a abstenção na eleição de 2020, que teve ausência recorde nas grandes cidades, em meio à pandemia da Covid-19.

Sob o mote de que “cada voto importa”, a mobilização de aliados de Fuad não chega a pedir voto no prefeito, mas frisa que eleitores que não foram votar no primeiro turno podem comparecer às urnas neste domingo.

Adversário de Fuad, o bolsonarista Bruno Engler (PL) também busca atrair o eleitorado ausente. Em vídeo divulgado nas redes sociais, a candidata a vice na chapa do PL, Coronel Cláudia, recorreu a uma lousa para ilustrar que mais de 588 mil eleitores se abstiveram no primeiro turno —150 mil a mais do que o número de belorizontinos que votou em Engler, que liderou a disputa. No vídeo, Cláudia fez um apelo aos eleitores que “podem estar nesses números” por estarem “cansados de promessas”, e pediu que eles votem em Engler.

De acordo com a última pesquisa Quaest, divulgada na quarta-feira, 15% dos entrevistados disseram não ter certeza se vão votar neste domingo. Dentro deste grupo, os percentuais dos que declaram apoio em Fuad e em Engler são similares.

O prefeito aparece com vantagem sobre Engler entre eleitores menos escolarizados, que cursaram até o Fundamental: 48% a 33%. Segundo pesquisadores, este é um dos grupos que habitualmente apresenta maiores taxas de abstenção, já que costuma reunir eleitores menos atentos ao processo eleitoral e em situação econômica mais desfavorável, o que por vezes atrapalha até o deslocamento no dia da votação.

Em ao menos outros sete estados com disputas de segundo turno, governadores também transferiram feriados que caíam no dia seguinte à votação. Um deles é o Ceará, estado que teve a menor abstenção do país no primeiro turno. Em Fortaleza, 15% dos eleitores não foram votar no último dia 6. O índice é inferior até à taxa de abstenção das eleições de 2016, algo que foge da curva da maioria das capitais, que têm registrado índices maiores de não comparecimento em relação ao período pré-pandemia.

Cenário em Fortaleza

Evandro Leitão (PT), aliado do governador Elmano de Freitas, trava uma das disputas mais acirradas de segundo turno no país contra André Fernandes (PL). O bolsonarista recebeu apoio do prefeito José Sarto (PDT), que também mudou a data do feriado para os servidores municipais. Leitão e Fernandes têm desempenhos semelhantes nos recortes por renda, escolaridade e entre os eleitores que não dão certeza se irão votar, de acordo com a Quaest.

Em Curitiba, por sua vez, a taxa de abstenção no primeiro turno, de 27,7%, chegou perto do patamar da eleição de 2020. O total de eleitores que não foram votar, mais de 394 mil, superou tanto as votações de Eduardo Pimentel (PSD) quanto de Cristina Graeml (PMB). A capital paranaense também registra um dos maiores percentuais de incerteza de comparecimento às urnas no segundo turno, 17%, conforme a última pesquisa Quaest. A preferência dos eleitores nesta situação pende mais para Pimentel, atual vice-prefeito, do que para Graeml.

Em Manaus, outro candidato que representa a situação, o atual prefeito David Almeida (Avante), pode ser impactado pela abstenção. Almeida chega a 60% das intenções de voto entre eleitores que cursaram até o Ensino Fundamental, e também aparece numericamente à frente do adversário, Capitão Alberto Neto (PL), no grupo dos que não têm certeza se irão votar. As informações são do portal de notícias G1.

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