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Alta de salários pesa mais que Farmácia Popular

(Foto: Divulgação)

O impacto do reajuste salarial para elite do serviço público, que já vale a partir deste ano e foi aprovado a toque de caixa, será de mais de R$ 28 bilhões nas contas públicas. O valor é maior do que o extra que a PEC Fura-Teto de Lula reservou para o Ministério da Saúde bancar programas como o Farmácia Popular, R$ 22,7 bilhões. Também é quase oito vezes o extra para o pagamento do Auxílio Gás, que atende cerca de 5,5 milhões de famílias carentes, e terá R$ 3,7 bilhões no orçamento.

Contracheque
Só nos altíssimos salários do Senado, o generoso reajuste de R$ 19% no holerite terá um impacto bilionário: R$ 1,256 bilhão.

Turbinada de bilhões
No Judiciário, o estrago será ainda maior: R$ 13,6 bilhões para garantir o reajuste nos supersalários ao longo dos próximos 3 anos.

Muito para poucos
Só com deputados federais, senadores, presidente e vice-presidente da República e ministros, o custo do reajuste passa dos R$ 178 milhões.

Boiada
Entram ainda na esteira do reajuste órgãos como Ministério Público da União, Defensoria Pública da União e o Tribunal de Contas da União.

Primeiros atos de Lula mostram atraso e retrocesso
Ainda que esperadas, após os discursos eleitorais em defesa de ideias em desuso há décadas, as primeiras decisões do presidente Lula deixaram clara a mudança para pior. Os reflexos foram imediatos, com a Bolsa caindo e o dólar aumentando no dia em que oito estatais foram blindadas da privatização e Lula atacou o Teto de Gastos, instrumento de controle de despesas e na direção de uma política fiscal sustentável. A ameaça de gastança sinaliza mais inflação e aumento de impostos.

Festival de leviandades
O Teto de Gastos foi ferido de morte com a PEC Fura-Teto, em uma semana de leviandades do Congresso no apagar das luzes de 2022.

Crimes de lesa-pátria
A Petrobras perdeu ontem mais de 6,5% do valor, R$ 200 bilhões desde o 2º turno. O Banco do Brasil, abatido em pleno voo, perdeu 4,2% de valor.

Vinganças e retaliações
Decretos de Lula se concentraram em armas, exploração de terras, além de revogar e investigar atos de Bolsonaro. Emprego e economia, nada.

Produção de privilégios
Uma das estatais blindadas de privatização, a PPSA, que gerencia o Pré-Sal, tem uma “utilidade”, pagar média salarial de R$ 34,1 mil. O maior salário na empresa forra bolsos privilegiados com R$ 45 mil mensais.

Pobreza sem fim
A mulher de 33 anos que entregou a faixa a Lula é catadora de terceira geração. Tinha 14 anos no governo Lula e seguiu a sorte da avó e da mãe, com Dilma. Os 16 anos de PT as mantiveram ainda mais pobres.

Questão política
O recuo que segurou por mais 60 dias a desoneração dos combustíveis, desautorizando Fernando Haddad (Fazenda), teve influência de Gleisi Hoffmann, que mostrou a Lula o estrago político da medida do ministro.

O sem-cargos
O quase ex-senador Fernando Bezerra (MDB-PE) perde uma penca de cargos federais. O primeiro a rodar foi Antônio Campos (Fundação Joaquim Nabuco), irmão e adversário da família do falecido Eduardo Campos. Também vão rodar os presidentes da Codevasf e Hemobras.

Diga Xis
O clima ruim entre Simone Tebet e Marina Silva pôde ser visto na foto ministerial. Foram 10 pessoas entre uma e outra. O clima azedou desde a disputa pelo Ministério do Meio Ambiente, que acabou com Marina.

Dilma à solta
Confusão mental de Dilma na posse de Esther Dweck (Gestão): “Temos de nos organizar para conseguir apoiar que as medidas legislativas e políticas que o governo venha a tomar tenha apoio, tenha sustentação, e que não ocorra nenhuma ruptura”. E pensar que ela foi presidente…

Passaporte
Na agenda com Lula, o presidente português: Marcelo Rebelo de Sousa apelou à mais ululante obviedade na relação entre os dois países: convidou o brasileiro a visitar seu país. O passeio deve ser em abril.

Inegável
A senadora Soraya Thronycke (MS), que foi candidata a presidente, tentou elogiar a “vitória da democracia” ao chegar para a posse de Lula, mas não esqueceu: “O histórico de corrupção existiu no governo do PT”.

Pensando bem…
…os discursos eleitorais do presidente e dos novos ministros mostram que Jair Bolsonaro continuará assombrando essa turma por muito tempo.

PODER SEM PUDOR
Resposta a cavalgadura
Deputado oito vezes, o general gaúcho Flores da Cunha era muito culto e, grande tribuno, tinha admirada rapidez de raciocínio. Certa vez, discursava na Câmara, presidida por Ulysses Guimarães, e tentava ignorar os pedidos de aparte de um deputado do baixo clero, que gritava inconformado: “V. Exa. foge ao debate! É incoerente! Dá uma no cravo, outra na ferradura!” Flores da Cunha se impacientou e demoliu o provocador: “V. Exa. é o culpado! Por que se mexe tanto? Assim não posso ferrá-lo…” O plenário desabou em demorada e cruel gargalhada.

Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos

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