Quinta-feira, 06 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 6 de fevereiro de 2025
Para Lula, Campos Neto armou uma “arapuca” que não tem como se desfazer de uma hora para a outra.
Foto: Ricardo Stucker/PRO presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) culpou o ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pela disparada da cotação do dólar no final do ano e que influenciou – entre outros motivos – a alta nos preços dos alimentos.
Para ele, Campos Neto armou uma “arapuca” que não tem como se desfazer de uma hora para a outra, mas que espera que a recente queda da cotação para menos de R$ 6 ajude a diminuir o preço dos alimentos.
“Tivemos um aumento do dólar porque tivemos um Banco Central totalmente irresponsável, que deixou uma ‘arapuca’ que a gente não pode desmontar de uma hora para outra”, disse Lula nesta quinta-feira (6) em entrevista a rádios da Bahia.
Lula passou o primeiro biênio do governo criticando ferozmente Campos Neto, personalizando nele a responsabilidade pelo aumento da taxa básica de juros no país. E isso continuou mesmo após indicar o economista Gabriel Galípolo para a diretoria de política monetária do Banco Central, um dos participantes do Comitê de Política Monetária (Copom), que decide a Selic.
Galípolo votou com Campos Neto nas reuniões do Copom ao longo do ano passado e assumiu a presidência da autarquia neste ano, mantendo a defesa pelo aumento dos juros para tentar conter a inflação. Na semana passada, o comitê elevou para 13,25%, prevendo mais um aumento na próxima reunião de março.
Lula, no entanto, tem evitado criticá-lo pela elevação como fazia com Campos Neto. Para ele, o antigo presidente do Banco Central agia politicamente por ter sido indicado ainda durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
O presidente frisou nesta quinta que o governo está empenhado em encontrar soluções para reduzir a inflação dos alimentos, e que se reunirá, nas próximas semanas, com produtores rurais e representantes do varejo. Para ele, o câmbio do dólar também disparou por conta das eleições nos Estados Unidos e dúvidas de como seria a política externa de Donald Trump.
“Loucuras que estavam sendo feitas nos Estados Unidos, campanha, discursos, aquela coisa maluca contribuiu muito para o dólar crescer. E ele, agora, começa a se ajustar. Acho que agora, com o dólar se ajustando, os produtos vão ficar mais aqui [no Brasil]. Estou convencido que a gente vai resolver esse problema logo, logo”, completou.
Ele ainda pediu que a população faça pesquisas nos supermercados e não compre em locais que aparentemente sobem os preços apenas para acompanhar o crescimento da massa salarial dos brasileiros. Lula diz que essa é uma cultura que precisa ser estimulada no País para forçar a redução dos valores cobrados.