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Geral Alta do PIB brasileiro: mercado passa a projetar crescimento maior para a economia, mas também espera subida dos juros

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A economia brasileira atingiu seu maior nível de atividade desde 1996. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

O mercado financeiro começou a revisar para cima as projeções de crescimento da economia brasileira em 2024, depois da surpresa com os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) no 2° trimestre.

Na terça-feira (3), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB do Brasil cresceu 1,4% entre abril e junho de 2024, bem acima das expectativas de especialistas, que previam uma alta de 0,9% em média.

O Itaú Unibanco afirma que o resultado melhor é consequência direta da expansão dos gastos do setor público, do consumo persistente das famílias e de uma recuperação dos investimentos no país — ainda que a base de comparação com os últimos trimestres seja baixa.

“O aumento da renda (liderado por um mercado de trabalho resiliente), bem como o ciclo de crédito benigno e mercado de capitais aquecido vem contribuindo para o forte crescimento do PIB”, diz o banco em relatório desta terça.

Os analistas do Itaú costumam demorar alguns dias para ajustar os cálculos e ainda projetam um crescimento de 2,5% para a economia brasileira em 2024. Mas já destacam que “há um viés de alta para nossa projeção de PIB do ano”.

Outras instituições já divulgaram novas projeções. Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners, diz que a casa revisou seu número de 2,5% para 2,7% em 2024.

O analista ressalta que “o crescimento econômico no Brasil está muito pautado nas atividades internas”, o que é corroborado pelo forte crescimento de 7,6% das importações.

Para ele, além do mercado de trabalho aquecido — a taxa de desemprego no país está nas mínimas desde 2014 —, também contribuíram para o PIB do 2° trimestre “a retomada da confiança, o dinamismo do mercado de crédito, o aumento das transferências governamentais e, muito possivelmente, os esforços para reconstrução do Rio Grande do Sul”.

“Além de ser um resultado expressivo, ele é positivo na composição, mostrando tanto uma recuperação da ‘indústria de transformação’ quanto uma retomada dos investimentos”, diz Leal.

O banco BTG Pactual também aumentou suas estimativas. “Nossa projeção para o PIB de 2024 foi revisada de 2,4% para 2,7%, e ainda vemos riscos altistas caso os investimentos se mantenham resilientes ao aperto recente nas condições financeiras”, comentam os analistas, em relatório.

O banco, no entanto, revisou suas estimativas para o PIB de 2025 para baixo, saindo de 1,8% para 1,7%, por conta do “aperto nas condições financeiras e ao menor impulso fiscal [gastos do governo que estimulem a economia] esperado para 2025”.

Leonardo Costa, economista do ASA, também avisa que a casa revisou as contas para o ano que vem de forma preliminar, partindo de 2,5% para algo entre 3% e 3,5% em 2024. O PIB de 2025 ainda é projetado em 1,5%, mas com viés de alta.

Por fim, a Genial Investimentos revisou, de maneira preliminar, suas estimativas de um crescimento de 2,6% para 2,8%.

Se por um lado o crescimento mostra, principalmente, uma demanda interna forte, por outro permanece a preocupação com as pressões inflacionárias, segundo Helena Veronese, economista-chefe B.Side Investimentos, que também revisou suas projeções para um PIB de 3% no ano.

“Um PIB mais forte impulsionado justamente por componentes que são mais sensíveis ao ciclo monetário, como consumo das famílias, impõe uma pressão adicional ao Banco Central, que já vinha sinalizando a possibilidade de uma nova alta na taxa Selic”, diz Helena.

A Guide Investimentos revisou de 2,2% para 2,9% o crescimento do Brasil neste ano e também considera que o resultado do último trimestres deve contribuir para que o Banco Central (BC) promova uma nova alta na taxa básica de juros.

Segundo a corretora, embora o número seja uma “foto do passado”, ele corrobora a visão de que o BC já deverá começar a elevar a Selic em setembro, mesmo que com uma alta de menor magnitude, de 0,25 ponto percentual.

Atualmente, a taxa Selic está em 10,50% ao ano e agentes do mercado financeiro enxergam uma possibilidade de que o BC suba os juros para controlar a aceleração da inflação vista nos últimos meses.

Em julho, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou uma alta de 4,50% em 12 meses. Esse é o teto da meta estabelecido pelo BC, de 3,0% para 2024, que será considerada cumprida se estiver dentro do intervalo de 1,50% e 4,50%.

Juros elevados costumam reduzir a atividade econômica porque encarecem a tomada de crédito, como financiamentos e empréstimos, tornando o consumo das famílias e os investimentos das empresas mais custoso. Mesmo que o BC eleve os juros, porém, há um tempo de alguns meses para que a alta seja sentida na economia real, explicam os especialistas.

Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados comenta que o avanço dos serviços e da indústria, “parte importante da demanda doméstica, vai se tornar um bom problema para o BC”, justamente pela inflação que é decorrente do aumento do consumo. As informações são do portal de notícias G1.

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https://www.osul.com.br/alta-do-pib-brasileiro-mercado-passa-a-projetar-crescimento-maior-para-a-economia-mas-tambem-espera-subida-dos-juros/ Alta do PIB brasileiro: mercado passa a projetar crescimento maior para a economia, mas também espera subida dos juros 2024-09-04
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