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Economia Alta procura por novo empréstimo consignado para trabalhadores CLT acirra disputa entre os bancos

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O governo federal lançou a oferta de crédito consignado privado do Programa Crédito do Trabalhador na Carteira Digital de Trabalho. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A oferta de crédito consignado privado do Programa Crédito do Trabalhador na Carteira Digital de Trabalho, lançado pelo governo federal no último dia 13 e aberto ao público na sexta-feira, vai acirrar a concorrência entre bancos e fintechs pela oferta desse tipo de crédito. Analistas avaliam que haverá “rouba-monte” entre os bancos, e Bradesco e Banco do Brasil, ambos com pouca participação na oferta de consignado privado, podem sair ganhando. Entre as fintechs, também há espaço para avanço entre os 47 milhões de trabalhadores elegíveis para esse tipo de crédito.

A estimativa da Associação Brasileira das Fintechs (Abfintechs), que representa essas instituições, é que elas ocupem entre 15% e 20% da oferta, chegando a R$ 24 bilhões nos próximos anos.

Seria um salto impressionante já que o crédito total oferecido pelas fintechs, em todas as modalidades, totaliza R$ 21,1 bilhões atualmente, uma participação ainda pequena no total de crédito ofertado no país, que soma R$ 6,1 trilhões.

Em 2017, 95% da carteira de consignado estavam com os grandes bancos, percentual que caiu para 91% em 2022 com o avanço das fintechs nesse tipo de crédito.

Por enquanto, as fintechs não abrem a estratégia para o novo produto, mas confirmam a participação. O C6 e o Nubank, por exemplo, já confirmaram que vão oferecer o consignado, mas ainda não detalharam como pretendem atrair mais clientes para a nova modalidade.

O PicPay informou que já está integrado ao eSocial e à Carteira de Trabalho Digital e “apoia iniciativas que ampliam a concorrência e entregam valor aos clientes”. O Pic Pay já oferece consignado a aposentados e ao setor privado também.

“As fintechs vão acirrar a concorrência com os bancos através da portabilidade, já que será possível migrar para taxas de juros mais baixas, além da facilidade de contratação pelos aplicativos. O produto tem uma garantia muito boa, e as fintechs podem avançar nesse universo de 47 milhões de brasileiros com carteira assinada. Mas isso não significa que será uma mudança radical. Os bancos, que detêm a maior fatia e oferta de crédito no sistema, também vão buscar manter quem tem conta na instituição oferecendo vantagens nesse produto”, lembra João Frota, analista especializado em sistema financeiro.

Ele observa ainda que a participação das fintechs na oferta de crédito vem crescendo, mas ainda é pequena.

Mesmo bancos de cooperativas, como o Sicredi e o Sicoob, que já oferecem a modalidade de consignado, também deverão colocar o novo produto à disposição de seus cooperados. O Sicredi e o Sicoob têm mais de oito milhões de associados cada um. O Sicoob informou que já está apto a oferecer a linha, primeiro a seus associados, e depois deverá oferecê-la a todo o mercado. O banco quer ser protagonista nesse segmento, que hoje representa 20% da carteira de crédito para pessoas físicas, diz em nota.

O Sicredi informou que está trabalhando para iniciar a oferta do produto a seus associados. Hoje, a instituição tem uma carteira que soma R$ 9,4 bilhões no consignado, incluindo público e privado. O banco PAN informou que toda a jornada de contratação do consignado será digital.

“A estratégia será focada na conversão de clientes que já possuem crédito pessoal sem garantia”, disse Alex Sander Gonçalves, diretor comercial e de produtos do Banco PAN.

No total, a estimativa é que 80 bancos e fintechs ofereçam a novidade. Analistas da Genial Investimentos observam que, sem teto de juros, o novo consignado privado vai estimular mais instituições a terem o novo consignado em seu portfólio , já que “haverá flexibilidade para ajustar margens e ampliar a oferta desse produto”, escreveram em relatório.

“Como esse modelo de crédito oferece uma segurança maior para quem empresta, as fintechs tendem a se sentir mais confiantes para ampliar a oferta desse tipo de produto. Isso pode significar mais opções no mercado, inclusive com condições mais competitivas, já que fintechs costumam ter processos mais ágeis e menos burocráticos do que os bancos tradicionais”, diz a planejadora financeira Luciana Ikeda.

Atualmente, a oferta do consignado privado está concentrada no Santander e no Itaú, que detêm 60,4% do market share (30,2% cada, com R$ 12 bilhões cada um em empréstimos).

“Acreditamos que os dois bancos estarão mais preocupados em defender a carteira existente inicialmente, para depois pensarem em novas prospecções”, avaliam os analistas da Genial Investimentos Eduardo Nishio, Luis Degaspari, Henrique Alhante e Luis Assis, autores do relatório.

Como o crédito consignado privado representa uma parcela reduzida da carteira do Bradesco (4,9% de participação, com total de R$ 4,8 bilhões) e do Banco do Brasil (1,1%, R$ 1,5 bilhão), ambos devem ampliar seu apetite para expansão, dizem os analistas da Genial.

O Bradesco confirmou que vai oferecer o produto, mas não deu detalhes de sua estratégia. O Banco do Brasil informou que vai buscar a liderança nessa modalidade. Em nota, a presidente do banco, Tarciana Medeiros, disse que a linha gera mais segurança às instituições e “injetará recursos para impulsionar ainda mais a economia do país”.

O Itaú também confirmou a participação na plataforma do novo consignado privado. Em nota, o banco informou que apoiou “o governo no desenho do novo produto e estará pronto para operá-lo desde o primeiro dia”. O Santander também fará a oferta do novo tipo de crédito. As informações são do jornal O Globo.

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