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Política Alvo da Polícia Federal, Carlos Bolsonaro vai disputar reeleição e será coordenador da campanha de Ramagem

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A PF acredita que a Abin, chefiada à época por Alexandre Ramagem, teria sido usada ilegalmente para atender a interesses políticos e pessoais de Bolsonaro.

Foto: Reprodução
Carlos também vai acumular a função de coordenador da campanha à prefeitura da capital fluminense de Alexandre Ramagem. (Foto: Reprodução)

O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos) alvo nessa segunda-feira (29) de mandados de buscas e apreensão em uma operação da Polícia Federal (PF), vai disputar a reeleição para a Câmara do Rio de Janeiro. Além disso, ele vai acumular a função de coordenador da campanha à prefeitura da capital fluminense do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem (PL-RJ), que também é alvo de investigação.

A PF acredita que a Abin teria sido usada ilegalmente para atender a interesses políticos e pessoais de Bolsonaro e de sua família. De saída do Republicanos, o filho “02″ do ex-presidente Jair Bolsonaro vai assumir a presidência do diretório municipal do PL no Rio em março, quando abre a janela de transferência partidária. As condições de filiação do parlamentar ao partido comandado por Valdemar Costa Neto já foram seladas. Carlos está há 23 anos na Câmara Municipal. O início do primeiro mandato foi em 2001.

O PL aguarda os desdobramentos da operação da PF contra Alexandre Ramagem para avaliar os impactos na corrida eleitoral municipal no Rio de Janeiro. A operação representa um novo desgaste para a pré-candidatura de Ramagem, mas não tem forças para lhe tirar da corrida, avaliam líderes da legenda e até mesmo opositores.

No núcleo político do bolsonarismo, Carlos é considerado o “cabeça” por trás das estratégias de comunicação das campanhas vitoriosas do clã da zona oeste do Rio. O vereador lançou um livro de 52 páginas, intitulado “Redes Sociais e Jair Bolsonaro, o começo de tudo”, em que constrói uma narrativa sobre como a família Bolsonaro deixou de lado a pecha de políticos locais, representantes das causas militares, para arrebatar milhões de seguidores ao expor, segundo ele, uma “perspectiva mais verdadeira, sem vícios tendenciosos” dos fatos.

Responsável pela campanha de Bolsonaro nas redes sociais na campanha presidencial de 2018, e curador dos perfis do pai, Carlos criou uma espécie de núcleo de comunicação paralelo à equipe oficial de comunicação do comitê de reeleição de Jair Bolsonaro.

Construído sob generalidades de uma suposta “visão positiva” do País, em contraponto à “grande mídia”, o livro tece críticas à imprensa do início ao fim e ignora as acusações que envolvem o chamado “gabinete do ódio”, grupo que atuou no Palácio do Planalto para atacar adversários e instituições do Estado.

Desde o início da gestão de Bolsonaro na Presidência da República, em 2019, Carlos é alvo de acusações de envolvimento em um esquema de “milícias digitais”, pela atuação no “gabinete do ódio”, que, com desinformação e ataques contra adversários e instituições, tinha o objetivo de “obter vantagens para o próprio grupo ideológico e auferir lucros”. As conclusões são da delegada federal Denise Dias Rosa Ribeiro, responsável por um dos inquéritos da Polícia Federal que apura o trabalho do grupo.

A ação desta segunda é um desdobramento da Operação Vigilância Aproximada, que mirou Alexandre Ramagem. Ele comandou a agência durante o governo Bolsonaro e é pré-candidato à Prefeitura do Rio com o apoio de Bolsonaro.

A Operação é uma continuação da Operação Última Milha, deflagrada em outubro do ano passado. Segundo as investigações na época, a agência utilizou um sistema de espionagem israelense para monitorar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e adversários do governo do então presidente.

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