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Por Redação O Sul | 24 de setembro de 2023
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa. Ou seja, ele degenera o sistema nervoso e afeta o cérebro, especialmente a parte cognitiva e comportamental. Os casos de Alzheimer aumentam de acordo com a idade e têm um alto impacto na saúde pública, como explica Ricardo Allegri, neurologista e presidente do Comitê Científico da Associação de Alzheimer (Alma) na Argentina.
Desde que foi descrita pela primeira vez em 1906, os especialistas aprenderam novas características sobre a doença e vários avanços foram feitos. Aproveitando o Dia Mundial da Doença de Alzheimer, lembrado em 21 de setembro de cada ano, conheça alguns dos mitos mais comuns sobre a doença.
1. Alzheimer e demência não são a mesma coisa: Demência é um termo genérico para um conjunto de sintomas causados por distúrbios que afetam o cérebro e têm impacto sobre a memória, o pensamento, o comportamento e as emoções, diz a Alzheimer’s Disease International (ADI), uma federação internacional de associações especializadas em todo o mundo.
A doença de Alzheimer é, portanto, um tipo de demência e a mais prevalente entre elas, afirma o National Institute on Aging (NIA), a principal agência federal dos Estados Unidos que realiza pesquisas sobre o tema.
Como o órgão ressalta, há outros tipos de demência, como a demência com corpos de Lewy, a demência frontotemporal e a demência vascular.
Só no Brasil, o Ministério da Saúde estima que haja 1,2 milhão de pessoas com algum tipo de demência (incluindo o Alzheimer).
2. O Alzheimer não é transmitido de pais para filhos: O fato de um dos pais de uma pessoa ter a doença não significa, necessariamente, que seus filhos a herdarão, esclarece a NIA. Entretanto, o risco de desenvolver Alzheimer aumenta se a pessoa tiver uma determinada variante genética que possa ser transmitida de pai para filho.
Os cientistas ainda estão investigando a causa do mal de Alzheimer. As pesquisas sugerem que vários fatores contribuem para o seu desenvolvimento. Acredita-se que o ambiente e o estilo de vida possam desempenhar um papel importante, diz a agência dos Estados Unidos.
“Existem formas familiares raras de demência causadas por mutações genéticas, como a doença de Alzheimer familiar, a demência frontotemporal e a demência vascular familiar, que geralmente ocorrem em pessoas com menos de 65 anos”, acrescenta a federação internacional.
3. O Alzheimer não é exclusivo de pessoas idosas: “Embora o maior fator de risco para a doença seja a idade, isso não significa que apenas pessoas mais velhas possam desenvolvê-la”, diz a NIA.
Os sintomas geralmente aparecem por volta dos 65 anos. Entretanto, alguns pacientes podem apresentar sinais muito mais cedo. Quando alguém desenvolve a doença entre 30 e 60 anos de idade, diz-se que tem Alzheimer de início precoce, considerada uma forma rara (menos de 10% dos casos).
4. Não há prevenção comprovada contra o Alzheimer, mas é possível controlar os fatores de risco: Não existe uma maneira comprovada de prevenir a doença. Entretanto, é possível cuidar os fatores de risco, como pressão alta, diabetes, colesterol, obesidade e estilo de vida sedentário.
Nesse sentido, os cuidados podem retardar o aparecimento da doença, mas não curá-la ou preveni-la, explica Allegri.
Entre as medidas a serem levadas em conta, o NIA menciona:
– Controlar a pressão arterial;
– Manter um peso saudável;
– Praticar atividades físicas;
– Manter-se mentalmente ativo (ou seja, desempenhar atividades que envolvam funções cognitivas e intelectuais);
– Prevenir lesões cerebrais;
– Dormir de sete a nove horas por noite.
Em caso de dúvidas, consulte sempre um médico. Somente um profissional especializado pode avaliar caso a caso e fazer o diagnóstico correto.