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Saúde Alzheimer e sono: como dormir mal impacta o cérebro e eleva o risco de doenças neurodegenerativas

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Os resultados mostraram que uma rotina de seis horas ou menos de sono entre aqueles de 50 a 70 anos elevou os casos de demência.

Foto: Freepik
Os resultados mostraram que uma rotina de seis horas ou menos de sono entre aqueles de 50 a 70 anos elevou os casos de demência. (Foto: Freepik)

Para muitas pessoas, uma rotina de sono adequada pode estar associada apenas a sentir-se melhor durante o dia, evitando a sonolência e a fadiga. Porém, há mecanismos importantes que acontecem ao adormecer que, quando interrompidos pela má qualidade do sono ou pela curta duração, provocam impactos diretos no cérebro, mesmo após uma única noite. A longo prazo, cada vez mais evidências têm destacado o maior risco para a doença de Alzheimer e outras formas de demência.

“O sono tem funções amplas para a nossa saúde, envolvido em vários processos hormonais, no fortalecimento de imunidade, na limpeza de substâncias tóxicas no cérebro. A privação crônica do sono é um fator de risco conhecido para doenças cardiovasculares, por exemplo. Porém, estudos mais recentes têm apontado a relação com o crescimento das doenças neurodegenerativas e as demências, de vários tipos, especialmente o Alzheimer”, explica a neurologista e presidente da regional Centro-Oeste da Associação Brasileira do Sono (ABS), Giuliana Mendes.

Um dos estudos mais comentados para avaliar o impacto da privação de sono e a doença de Alzheimer foi conduzido por pesquisadores do Laboratório de Neuroimagem dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH), publicado no periódico PNAS. Nele, foram recrutados 20 participantes saudáveis que tiveram imagens cerebrais feitas após duas noites: uma em que dormiram de forma normal e outra em que permaneceram acordados.

Os resultados mostraram que apenas uma noite foi suficiente para que os exames indicassem um aumento da proteína beta-amiloide. Embora a fisiologia do Alzheimer ainda não seja completamente desvendada, sabe-se que um dos processos envolvidos na doença é o acúmulo dessa substância no cérebro. Esse crescimento foi observado na região do hipocampo, “que é considerada entre as regiões cerebrais mais sensíveis à neuropatologia da doença de Alzheimer”, escreveram os pesquisadores.

“Esse é um dos estudos mais interessantes sobre o tema. Mas vários outros trabalhos também seguem nessa linha, comprovando essa relação. Isso porque já foi provado que durante o sono nós aumentamos um processo de limpeza da beta-amiloide, que é como uma lavagem da proteína do cérebro”, afirma a neurologista do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Elisa Resende, vice-coordenadora do departamento científico de Neurologia Cognitiva e Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).

As especialistas explicam que essa limpeza, chamada de sistema glinfático, atua especialmente durante o sono para limpar não apenas a beta-amiloide, como outras toxinas, metabólitos e resíduos que permanecem no Sistema Nervoso Central (SNC) durante o dia. Logo, uma noite em que se dorme pouco – ou que se dorme mal – prejudica a atuação desse sistema.

Quanto de sono?

Os impactos são confirmados ao se observar grandes grupos de pessoas, os hábitos de sono e a incidência da doença. Um estudo publicado na revista científica Nature Communications por pesquisadores da Universidade de Paris, na França, analisou quase oito mil pessoas durante um período de 25 anos. Os resultados mostraram que uma rotina de seis horas ou menos de sono entre aqueles de 50 a 70 anos elevou os casos de demência em cerca de 30% em comparação aos que dormiam por sete horas.

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