A Amazônia perdeu, em 12 meses, 4,64 mil km² de madeira, o equivalente a quase três vezes o tamanho da cidade de São Paulo, a maior capital do Brasil. Os dados publicados, neste domingo (05), são de um levantamento inédito feito pela Rede Simex, formada pelas organizações ambientais Imazon, Idesam, Imaflora e ICV, e se somam a outros alertas feitos no último ano sobre o bioma.
Por meio de imagens de satélites, os pesquisadores monitoraram a exploração madeireira na Amazônia no período entre julho de 2020 a julho de 2021. Eles também pesquisaram a legalidade dessa madeira, mas não conseguiram ter acesso aos dados em 7 dos 9 estados que compõe a Amazônia Legal.
Apesar disso, eles identificaram que 6% do total explorado ocorreu em unidades de conservação e 5% em terras indígenas, locais onda a atividade é ilegal. A Amazônia abriga mais da metade da área de todas as florestas tropicais remanescentes do planeta, além de ser berço de 10% da biodiversidade do mundo. Ela também é importante na regulação do clima global, retirando e armazenando parte do gás carbônico da atmosfera – gás causador do efeito estufa.
É o maior bioma do País e corresponde a 59% do território brasileiro. O termo Amazônia Legal é usado para se referir a área de 8 estados do Norte e parte do Centro-Oeste: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do Maranhão.
Segundo o levantamento da Rede Simex, mais da metade dos 4,64 mil km² de madeira explorados na Amazônia entre julho de 2020 e julho de 2021 ocorreu no Mato Grosso (50,8%), com 2,36 mil km² de madeira explorada. A segunda maior área explorada foi no Amazonas (15,3%), e a terceira, em Rondônia (15%).
Em relação à categoria fundiária, 78% da madeira explorada ocorreu em imóveis rurais cadastrados, onde a exploração madeireira ocorreu em 3,62 mil km². Nas áreas protegidas, onde a atividade madeireira pode ser autorizada dependendo de sua categoria, a exploração da madeira somou mais de 5,2 mil km², o que corresponde a 11% do total mapeado.
Outros 6% da madeira explorada na Amazônia durante o período ocorreram dentro de unidades de conservação, uma área equivalente a 2,8 mil km². A unidade que teve a maior área explorada foi o Parna dos Campos Amazônicos (AM), unidade de conservação de proteção integral, onde a exploração da madeira é proibida.