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Política Ameaça de Doria de judicialização de prévias do PSDB acelerou o fim da sua candidatura à Presidência

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Ex-governador de São Paulo dispensa cargos na sigla. (Foto: Governo do Estado de SP)

Após renunciar à candidatura presidencial nesta segunda-feira (23), o ex-governador João Doria vai sair de cena por uma semana antes de se pronunciar novamente, mas já decidiu, segundo aliados, que não vai reivindicar cargos no PSDB ou espaço na pré-campanha da terceira via.

Para amigos, Doria disse, porém, que ainda não sabe se volta para o Lide (Grupo de Líderes Empresariais), já que seu filho, João Doria Neto, estaria se saindo bem no comando da organização fundada pelo tucano.

Como o comitê de sua pré-campanha, uma casa Avenida Brasil, em São Paulo (SP), está alugada até o fim do ano, o local pode ser cedido para a pré-campanha do governador e pré-candidato à reeleição, Rodrigo Garcia.

Isolamento e debandada 

Aliados de Doria perceberam que estavam mais isolados do que imaginavam na cúpula partidária após uma reunião da executiva nacional realizada na última terça-feira em Brasília. No encontro, dois deputados federais paulistas que eram considerados leais ao pré-candidato mudaram de lado: Carlos Sampaio e Samuel Moreira.

Como representante jurídico do partido, Sampaio, que é advogado, disse que poderia fazer um parecer e rebater o documento enviado por Doria na semana anterior – com o timbre de um escritório de advocacia – no qual o ex-governador ameaçava judicializar a disputa interna caso a legenda não respeitasse o resultado das prévias realizadas no ano passado.

Esse lance foi considerado no entorno de Doria um erro capital, pois a ameaça teria unido a executiva contra ele e dado munição para o presidente do PSDB, Bruno Araújo, ampliar o movimento de sufocar a pré-campanha.

Sampaio iria argumentar que a convenção se sobrepõem às prévias. Aliados de Doria classificaram a reunião como um massacre, apesar do grupo do deputado Aécio Neves ter se insurgido contra a tese do PSDB apoiar a senadora Simone Tebet (MDB-MS).

Mas havia ainda uma esperança: a de que Garcia se posicionasse contra o que Doria chamava de golpe e defendesse que o PSDB tivesse uma candidatura própria ao Palácio do Planalto.

A decisão de renunciar foi tomada após Garcia dizer em entrevista ao Estadão que apoiaria o candidato da terceira via e sinalizar que esse nome seria o de Simone Tebet.

Doria então convocou um jantar com sua equipe em sua casa no sábado (21) e marcou uma reunião com Garcia no domingo (22). No encontro com seu entorno estavam presentes Marco Vinholi, presidente do PSDB e coordenador da pré-campanha, o ex-ministro Antonio Imbassahy, o tesoureiro do PSDB, César Gontijo, a assessora Letícia Bragaglia e o marqueteiro Lula Guimarães.

O grupo começou ali a discutir as linhas gerais do pronunciamento desta segunda, que foi escrito por Lula Guimarães. No dia seguinte, Doria reuniu-se com Garcia e comunicou sua decisão. Ficou combinado que parte do seu entorno voltaria para o governo ou para a pré-campanha estadual.

Lula Guimarães foi sondado para assumir a pré-campanha do bolsonarista Tarcísio de Freitas, o que desagradou aos tucanos. O martelo ainda não foi batido.

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