Sábado, 28 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 24 de maio de 2021
Na média em maio, 31% das mortes por Covid-19 no mundo ocorreram na América Latina e no Caribe – onde vivem apenas 8,4% da população global
Foto: ReproduçãoO número de mortos por Covid-19 na América Latina e no Caribe ultrapassou a marca de 1 milhão neste domingo (23) em meio ao agravamento da pandemia na região, de acordo com levantamento da Universidade Johns Hopkins.
Das montanhas da Bolívia a São Paulo, a pandemia inundou os sistemas de saúde subfinanciados depois de se espalhar rapidamente por países onde muitas pessoas sobrevivem com dificuldades e não conseguem permanecer em isolamento social.
No Peru, uma das nações mais atingidas na região, pacientes de Covid-19 morreram em corredores de hospitais lotados da capital Lima. Em Manaus, capital do Amazonas, moradores morreram por falta de oxigênio no início do ano.
Com casos caindo na Europa, Ásia e América do Norte, e estáveis na África, a América do Sul é a única região em que novas infecções estão crescendo rapidamente em uma base per capita, de acordo com a publicação Our World in Data. Atualmente, porém, é a Índia que está lutando contra um dos piores surtos do mundo.
Na média em maio, 31% das mortes por Covid-19 no mundo ocorreram na América Latina e no Caribe – onde vivem apenas 8,4% da população global. Médicos e epidemiologistas dizem que a pandemia de coronavírus pegou governos despreparados de surpresa no ano passado e seu impacto foi agravado por líderes que minimizaram sua gravidade e não conseguiram garantir o fornecimento de vacinas em tempo hábil.
Os oito países que registraram maior número de mortes por Covid-19 per capita na semana passada foram todos na América Latina. “Em vez de nos prepararmos para a pandemia, minimizamos a doença, dizendo que o calor tropical desativaria o vírus”, disse o dr. Francisco Moreno Sanchez, chefe do programa Covid-19 em um dos principais hospitais do México e crítico do plano de vacinação do governo.
Com o número de mortos aumentando constantemente, os cemitérios de vários países foram forçados a expandir fileiras e mais fileiras de novas sepulturas. Em uma ruptura com a cultura tradicional predominantemente católica da região, os mortos costumam ser enterrados com poucos ou nenhum parente para se despedir.