Segunda-feira, 06 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de abril de 2020
Mundo tem atualmente 24 países em que a transmissão é sustentada, que é aquela que ocorre quando as autoridades não conseguem rastrear a origem dos casos
Foto: ReproduçãoO mundo tem atualmente 24 países em que a transmissão do novo coronavírus é considerada comunitária. Metade dos integrantes deste grupo estava nas Américas até esta quarta-feira (15), de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde).
Segundo a OMS, a transmissão comunitária é a fase do contágio em que a origem da transmissão não pode ser identificada e é considerado que o vírus circula de forma sustentada naquele território.
Nas Américas, há transmissão comunitária nos seguintes países: Estados Unidos, Canadá, Brasil, Chile, Equador, Peru, México, Panamá, República Dominicana, Colômbia, Argentina e Paraguai. De acordo com os dado da organização, as Américas concentravam 35% dos casos do mundo e 22,15% das mortes.
Subnotificação
Mesmo com essa concentração de territórios com transmissão local, 40% dos países e 84% dos territórios americanos ainda registram menos de 100 casos da doença. Os dados apontam que a América Central é a região menos afetada, com 12 dos 14 países com menos de 100 casos: Jamaica, Barbados, Bahamas, Guiana, Haiti, Dominica, Santa Lucia, Belize, Granada, São Cristóvão e Nevis, São Vicente e Granadinas, Suriname e Nicarágua.
A baixa concentração pode refletir a baixa concentração demográficas e habitacional nessas regiões, segundo o professor de relações internacionais da FGV (Fundação Getúlio Vargas), mas também as subnotificações com que a região lida, segundo a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde).
A região enfrenta uma escassez de testes, sobretudo nos países mais pobres, o que leva a um quadro impreciso do contágio no continente, segundo a Opas. Para estes países, a organização planeja entregar um milhão de testes diagnósticos do tipo PCR até o final do mês, mas pediu que o resto do continente se apresse para aumentar as quantidades realizadas.
Sistema de saúde precário
Os médicos da Opas temem que a intensificação da pandemia castigue mais severamente o continente americano devido às condições sanitárias dos países da região. Segundo a Opas, o atendimento intensivo oferecido ainda é precário e poderia não suportar uma sobrecarga de pacientes com complicações da Covid-19.
Os países latino-americanos e caribenhos já lidam com altas taxas de outras infecções virais, como a dengue e o HIV. Segundo o último relatório de indicadores básicos de saúde feito pela Opas em 2018, a região teve aproximadamente 580 mil casos de dengue e uma taxa de diagnóstico de HIV de 14,6 pessoas por 100 mil habitantes no ano anterior.