Sábado, 26 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 22 de janeiro de 2023
A Americanas abriu um guia de perguntas e respostas em seu site para falar diretamente com os consumidores sobre a crise instalada na empresa desde o último dia 11 de janeiro, quando o ex-CEO Sérgio Rial renunciou ao cargo e reportou um rombo de R$ 20 bilhões. A empresa teve a recuperação judicial aprovada na última quinta-feira (19), com dívidas estimadas em R$ 43 bilhões.
Na página, a varejista diz ter selecionado as perguntas mais frequentes que recebeu de clientes, sobre a situação atual da empresa. Até o fechamento deste texto, 18 questões tinham sido postadas no espaço, dizendo que a empresa “não vai falir”, que produtos serão repostos nas lojas e que a empresa não tem a intenção de fechar pontos de venda.
A empresa ainda garantiu a entrega de todas as compras realizadas, e ressalta que a recuperação judicial não a exime de cumprir os direitos dos consumidores. Órgãos de defesa, como a Senacon e o Procon-SP já notificaram a varejista para saber como a crise pode atingir consumidores.
Confira algumas das respostas que a empresa deu às perguntas:
– A Americanas vai falir? “Não. A recuperação judicial é uma forma de empresas viáveis economicamente seguirem com suas operações, com seu caixa preservado e negociando soluções com seus credores.”
– Vou receber meu pedido? “A Americanas segue operando normalmente e entregando pedidos de compra. Nada mudou. Recomendamos que o cliente acompanhe a entrega do seu pedido, que seguirá dentro dos prazos estipulados no ato da compra. Se tiver qualquer dúvida, procure um dos nossos canais de atendimento. ”
– Os produtos da loja serão repostos? “Sim. As lojas físicas da Americanas seguem operando normalmente e mantendo seu propósito de entregar a melhor experiência para seus clientes.”
– As lojas vão fechar? “Neste momento, a companhia está focada na manutenção das operações. Um plano estratégico de otimização dos recursos está em andamento para que decisões que garantam a sustentabilidade da companhia tenham efeitos em curto prazo. Em processos como esse, é comum que haja reestruturação e otimização dos recursos e da operação.”
Em comunicado divulgado anteriormente aos clientes, a varejista dizia que “os últimos dias não foram fáceis e tivemos que entrar com pedido de recuperação judicial.” A Americanas ainda explica no texto que descobriu “inconsistências contábeis” nos balanços, e que agiu “com serenidade e transparência” para comunicar o fato e encontrar uma solução “rápida e funcional para todas as partes”. De acordo com a empresa, como a negociação não foi possível, e “esgotadas todas as possibilidades”, recorreu à recuperação judicial.
Nos últimos dias, fornecedores se mostraram preocupados com a situação da varejista, e até mesmo vendedores do marketplace da companhia criaram estratégias para se proteger de eventuais calotes. Na sexta-feira (20), a empresa divulgou um comunicado afirmando que vai manter os pagamentos regulares aos empreendedores que comercializam no espaço virtual.