Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 24 de abril de 2019
Advogados e amigos de Lula já pensam em organizar uma vaquinha para que ele pague a multa de cerca de R$ 3 milhões estabelecida pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) para que possa cumprir o restante do tempo de prisão em casa. A informação é da colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo.
Em 2014, familiares e amigos de José Dirceu conseguiram levantar, em dez dias, quase R$ 1 milhão para que ele pagasse o débito do mensalão.
Os petistas José Genoíno e Delúbio Soares, também condenados naquele processo, levantaram, juntos,
R$ 1,7 milhão.
Se for beneficiado pela progressão de regime, Lula poderá ir para casa por volta do dia 29 de setembro. Mas antes tem que desembolsar o dinheiro.
Apesar da redução da pena, os advogados esperavam que o STJ derrubasse também o crime de lavagem de dinheiro. A esperança agora é que a condenação por esse crime seja revista no STF (Supremo Tribunal Federal).
Marco Aurélio diz ter “dúvida”
O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, disse nesta quarta-feira (24), ter “dúvida seríssima” sobre os crimes pelos quais foi condenado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no caso do triplex do Guarujá.
Na última terça-feira (23), a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça confirmou a condenação de Lula no caso, mas reduziu sua pena para 8 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão.
A redução pode abrir caminho para o ex-presidente migrar no final do ano ao regime semiaberto – desde abril do ano passado, o petista está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
“Eu tenho uma dúvida seríssima quanto aos dois crimes. Aí está em discussão. Houve apenas a corrupção ou houve corrupção e lavagem”, disse Marco Aurélio nesta quarta-feira (24), ao conversar com jornalistas.
No julgamento do STJ, os ministros da Quinta Turma rejeitaram as teses da defesa do ex-presidente Lula, entre elas a de que o petista teria sido condenado duas vezes pelos mesmos fatos.
“O que eu falo, eu tenho dúvidas, não estou me manifestando porque eu nem vou julgar o caso, dúvidas quanto aos dois tipos, a corrupção e a lavagem. Teria havido um procedimento do presidente visando dar ao que ele ‘recebeu’ via corrupção a aparência de algo legítimo? A lavagem pressupõe (isso)”, comentou Marco Aurélio.
O ministro reconheceu que “fatalmente” um recurso do petista contra a condenação no STJ chegará ao Supremo, mas disse que acompanhará o julgamento da ‘arquibancada’.
Cabe à Segunda Turma do STF julgar casos relacionados à Operação Lava-Jato – o ministro integra a Primeira Turma.
“Virá pra cá fatalmente, não virá para a Primeira Turma e eu estarei assistindo o julgamento da arquibancada, como eu fazia com o Flamengo quando morava no Rio”, comentou.