Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 3 de dezembro de 2019
Uma análise preliminar em amostras obtidas pelo Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgotos) indicam a falta de oxigênio na água como provável causa da morte de peixes no Arroio Dilúvio, em Porto Alegre. Em menos de 15 dias, esta é a segunda ocorrência do tipo na via fluvial que percorre a avenida Ipiranga. A coleta foi feita no cruzamento das avenidas João Pessoa e Praia de Belas.
“Já foi possível observar que a concentração de oxigênio está muito baixa, o que prejudica a vida aquática”, informou a Smams (Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade). O resultado completo deve ser divulgado em um prazo de até dez dias.
A prefeitura também acionou o Instituto de Meio Ambiente da PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), que realiza uma segunda análise do material. No episódio anterior, registrado no dia 20 de novembro, o resultado parcial da coleta também havia atribuído a morte dos primeiros peixes à baixa concentração de oxigênio.
Segundo especialistas, isso acontece por fatores como a redução do nível do arroio, com concentração de matéria orgânica – proveniente, sobretudo, do despejo de esgoto não tratado e do descarte inadequado de outros resíduos. Desde a sua nascente, em Viamão, o manancial recebe volumes de esgoto, especialmente de ocupações habitacionais irregulares. Ao longo da avenida Ipiranga, o problema se repete.
Ecobarreira
Desenvolvida pela empresa Safeweb com apoio do DMLU (Departamento Municipal de Limpeza Urbana), a ecobarreira já impediu que quase 700 toneladas de resíduos chegassem ao Guaíba pelo Dilúvio desde 2016. A estrutura também contém peixes mortos. O material é içado e levado para a UTC (Unidade de Triagem e Compostagem) na Lomba do Pinheiro (Zona Leste), onde passa por uma triagem e é encaminhado para reciclagem ou para o aterro na cidade de Minas do Leão (animais mortos e rejeitos).
O Dmae está realizando obras de implantação de redes coletoras de esgoto no sistema sanitário Ponta da Cadeia, que impactam diretamente na bacia do Arroio Dilúvio. A ligação de esgoto na canalização correta é responsabilidade do morador, sendo fundamental a participação da população. Em muitos locais, a rede cloacal passa em frente ao imóvel e a casa não está ligada corretamente. Nesses casos, se o usuário tiver dúvida, deve ser contatado o Dmae.
Um projeto-piloto coordenado pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) na bacia do Arroio Moinho, um dos principais afluentes do Dilúvio, prevê a instalação de barreiras para conter resíduos e implantação de redes sanitárias. Situado na região Sudeste da capital gaúcha, esse manancial tem cerca de 4 quilômetros de extensão e percorre os bairros São José e Vila João Pessoa antes de desaguar no Dilúvio.
(Marcello Campos)
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