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Amostras de DNA e celulares serão usados para comprovar atos extremistas

PF colheu material genético e apreendeu mais de 1 mil aparelhos celulares. (Foto: Reprodução)

A Polícia Federal (PF) colheu amostras de DNA e apreendeu mais 1 mil celulares de pessoas presas durante a invasão aos prédios dos Três Poderes e em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília, contra o governo Lula. O objetivo é fazer um cruzamento de dados com o que foi coletado em objetos destruídos e depredações nas instituições invadidas para poder gerar provas contra os autores dos crimes.

De acordo com o ministro da Justiça, Flávio Dino, os celulares estão sendo analisados por técnicos para tentativa de identificar, por meio das trocas de mensagens, os envolvidos nos atos golpistas praticados no último domingo (8). Outro caminho das investigações são as contas bancárias das quais saíram os recursos que financiaram os ônibus que levaram as pessoas à Brasília e a pousada onde os motoristas estavam.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) foi consultada pela Justiça para enviar a relação dos ônibus que viajaram a Brasília, apreendidos no pátio da Polícia Rodoviária Federal junto com pertences dos participantes das manifestações. De acordo com Flávio Dino, os terroristas estavam organizados entre executores da invasão, mandantes, incentivadores e financiadores.

De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, quase 1.400 pessoas foram presas no último domingo, sendo 905 homens e 493 mulheres de 18 a 74 anos. Cerca de 600 pessoas foram liberadas por razões humanitárias, entre crianças, idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas. Até o sábado (14), as audiências de custódia ainda não tinham sido concluídas em razão no grande número de pessoas. Depois do depoimento, o caso é encaminhado para o Supremo Tribunal Federal (STF) e analisado pelo ministro Alexandre Moraes, que decidirá se a pessoa será mantida na cadeia ou liberada.

Perícia

As perícias realizadas nos prédios invadidos contam com alto grau de detalhismo. No STF, por exemplo, elas foram concluídas na quarta-feira (11), e contaram com 50 peritos e papiloscopistas da Polícia Federal. Foram coletados materiais genéticos, digitais e pegadas que possam auxiliar na identificação dos autores dos crimes.

Além de drones, os peritos utilizaram scanners em 3D e outros equipamentos de alta tecnologia, trabalho que foi coordenado por Carlos Eduardo Palhares, chefe da Área de Perícias Externas do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, um dos maiores especialistas da área. Palhares atuou em casos como o rompimento da barragem de Brumadinho, as quedas dos aviões do ex-governador Eduardo Campos e do ministro Teori Zavascki, bem como o assassinato de Bruno Pereira, indigenista, e de Dom Phillips, jornalista britânico.

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