Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Cláudio Humberto | 22 de dezembro de 2024
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Após a explosão em um avião com cargas dos Correios no início de novembro, no aeroporto de Guarulhos, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) endureceu a fiscalização contra a empresa e mandou ofício com proibição de envio de mala postal com conteúdo sigiloso. À coluna, a Anac afirmou que apura se os Correios aproveitaram do sigilo e descumpriram proibição para fazer o transporte de “artigos perigosos”.
Nem aí
Os Correios faziam transporte aéreo de lítio pra cima e pra baixo à revelia da Anac, que proíbe este tipo de carga em aviões desde 2016.
Mando e desmando
O transporte ocorria graças a uma autorização assinada pelo presidente da empresa, Fabiano Silva dos Santos. Revogou 5 dias após a explosão.
Tudo estranho
Após a estranha autorização, o deputado Evair de Melo (PP-ES) cobrou que o ministro Juscelino Filho (Comunicações) dê explicações.
Tá no ofício
A proibição inicia no próximo mês. Dura até que os Correios “demonstre cumprimento pleno” do Regulamento Brasileiro da Aviação Civil”.
Incêndios na Amazônia cresceram 10% sob Lula
Número de focos de incêndios na Amazônia cresceu ao menos 10,5% nos primeiros dois anos do governo Lula, em relação aos dois primeiros anos de Jair Bolsonaro. Dados do Deter, sistema de monitoramento por satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre 2019 e 2020, a Amazônia Legal teve pouco mais de 420 mil focos de fogo. De 2023 a 2024, que ainda não acabou, disparou para mais de 464 mil. Queimada é técnica agrícola rudimentar; incêndio é fogo sem controle.
Recorde de fogo
O ano de 2024 registrou 274.481 focos de incêndio, maior número da série histórica do Deter/INPE.
Comparação
Em 2020, ano de maior destruição sob o governo Bolsonaro, foram mais de 222 mil focos de fogo na Amazônia.
Em 2021, o menor
Em 2021 o Deter registrou o menor número incêndios dos últimos cinco anos: 184 mil.
Inclua-me fora
Haddad tentou se livrar de justificativas para o dólar nas alturas dizendo que não se vê candidato à presidência, em 2026. Pudera: o Datafolha mostrou que sua atuação como ministro é muito mal avaliada: 27%.
Humilhação
Mais ministro das Relações Exteriores do que o titular do cargo, Celso Amorim participou da reunião ministerial de fim de ano. Era o quinto a partir do presidente; Mauro Vieira, chanceler decorativo, era o 11º.
Duas conversas
Em vídeo com Gabriel Galípolo, Lula jurou respeitar a independência do Banco Central e tal, mas não desautoriza Gleisi Hoffmann (PT), relatora da PEC do Atraso, que pretende exatamente o fim da autonomia.
Visão otimista
A economista-chefe do banco BMG, Flávia Serrano, avalia que o cenário econômico se tornou menos incerto e mais adverso, exigindo postura mais restritiva de política monetária. Ela acha que em janeiro o Copom elevará a Selic até 14,75%, mas em maio encerrará o ciclo de aperto.
Triste balanço
Apesar de o Supremo Tribunal Federal ter aumentado em 19% o número de decisões, em 2024, foram monocráticas 44 mil do total. Decisões colegiadas, essência de um tribunal, foram apenas 10 mil.
Tal e qual
O economista Leandro Ruschel resgatou manchete de 2013 sobre o ditador venezuelano Nicolás Maduro que prometia combater a “guerra financeira” promovida por operadores e especuladores do mercado.
Cadê o dinheiro?
Ao apontar o rombo recorde nas contas públicas, com gastos fora do controle, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) indagou: “Lula gasta mais do que uma pandemia. Para onde vai tanto dinheiro?”.
Há 35 anos
Em 1989, há 35 anos, a reabertura do Portão de Brandemburgo encerrava de vez três décadas de divisão da Alemanha. Detalhe: com derrubada do Muro de Berlim, ninguém correu para o lado comunista.
Pensando bem…
…“artigo perigoso” às vezes é o chefe.
PODER SEM PUDOR
O animal e o periscópio
A polícia política de Felinto Muller, na ditadura de Getúlio Vargas, prendeu um suspeito de atuar no Partido Comunista. Levado aos porões do Dops, foi submetido a uma medonha sessão de tortura por um delegado. Horas depois, chegou Luís Glayssman, do serviço secreto: “Não adianta resistir: diga onde está o mimeógrafo!”, disse, referindo-se a um equipamento rudimentar, na época muito usado para imprimir panfletos. O preso respondeu: “Ah, o mimeógrafo? Está enterrado lá no fundo do quintal…” Glayssman gritou: “Por que não falou antes?” O ativista arrebentado apontou para o delegado: “É que esse animal passou o tempo todo perguntando onde estava o ‘periscópio’!”
Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos
@diariodopoder
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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