A morte de Yevgeny Prigozhin, líder do Grupo Wagner, foi confirmada após análises genéticas dos corpos encontrados no local do acidente aéreo. A informação foi divulgada por autoridades russas.
O Grupo Wagner, de Prigozhin, é um exército de mercenários que atuou junto ao exército russo na invasão à Ucrânia.
Na última quarta-feira (23), um jato executivo vinculado ao grupo mercenário caiu na cidade de Tver, ao norte de Moscou. Na oportunidade a Agência Federal Russa de Transporte Aéreo informou que Prigozhin estava entre os passageiros.
As dez pessoas que estavam na aeronave morreram, de acordo com a investigação. Além de Prigozhin, também estava a bordo Dmitry Utkin, outro comandante do grupo paramilitar.
São elas:
Yevgeny Prigozhin
Dmitry Utkin
Sergey Propustin
Yevgeny Makaryan
Aleksandr Totmin
Valeriy Chekalov
Nikolay Matuseev
Aleksei Levshin (comandante)
Rustam Karimov (copiloto)
Kristina Raspopova (comissária de bordo)
Prigozhin, de 62 anos, liderava um exército particular que atuou em diversas guerras, inclusive na atual invasão do território ucraniano pela Rússia. Incialmente o grupo paramilitar era formado por combatentes experientes. No entanto, a guerra foi se prolongando e Prigozhin começou a recrutar pessoas sem treinamento, especialmente detentos das prisões russas.
O avião que transportava as vítimas era o jato executivo Embraer Legacy 600. Ele viajava de Moscou para São Petersburgo quando fez uma “vertical descendente repentina”, disse Ian Petchenik, da plataforma Flightradar24, que monitora voos de todo o mundo. Informações obtidas pelo site mostram que o jato passou por uma série de subidas e descidas de alguns milhares de pés a partir das 18h11. Às 18h19, a aeronave despencou mais de 8 mil pés de sua altitude de cruzeiro de 28 mil pés.
“O que quer que tenha acontecido, aconteceu rapidamente”, disse Petchenik.
“Eles podem ter lutado [com a aeronave] depois do que aconteceu, mas não havia nenhuma indicação de que tivesse algo errado com a aeronave.”
A fabricante brasileira de aviões Embraer SA disse que não tem prestado nenhum serviço ou suporte nos últimos anos ao avião.
Rebelião
Em final de junho, no motim liderado por Prigozhin, combatentes do Wagner assumiram o controle da cidade de Rostov, no Sul da Rússia. A rebelião ocorreu após crescentes tensões entre o líder do Wagner, Yevgeny Prigozhin, e o Ministério da Defesa russo. Prigozhin descreveu a rebelião como uma vingança pelo que ele disse ter sido um ataque às suas forças pelo Ministério.
Ele rejeitou a justificativa do governo russo para a invasão da Ucrânia, culpou o ministro da Defesa russo, Sergei Choigu, pelos fracassos militares russos e o acusou de conduzir a guerra em benefício das elites russas. A revolta terminou após um acordo mediado pelo presidente da Belarus, Alexander Lukashenko. Desde então, Putin agradeceu ao Exército e aos serviços de segurança russos por evitarem uma guerra civil.
Prigozhin disse que o motim não visava derrubar o governo russo, mas “levar à Justiça” os chefes do Exército e da Defesa por seus “erros” e “ações não profissionais” na Ucrânia. Ele alega que os mercenários foram atacados por tropas da Rússia no conflito.