Quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 18 de setembro de 2024
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vai notificar as empresas que prestam os serviços que possibilitaram o drible ao bloqueio do X no Brasil para que cumpram a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e suspendam o acesso à plataforma.
O órgão identificou que as ferramentas Cloudflare, Fastly e EdgeUno estão sendo usadas pelo X, o que abriu a “janela” para que usuários voltassem a ter acesso à plataforma, segundo integrantes da Anatel. As três empresas vão ser notificadas, e a Anatel suspeita que existam mais na mesma situação.
O X funcionava por meio de servidores próprios, mas agora está usando também empresas que prestam serviço de entrega de conteúdo, conhecidas como CDN. Quando houve determinação de suspensão do X no Brasil, ocorreu o bloqueio dos endereços ligados a esses servidores próprios. Com a mudança, o veto deixou de alcançar a rede social, e o X acabou “driblando” a decisão do Supremo.
Diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS) e professor da faculdade de Direito da Uerj, Carlos Affonso explica que esses provedores oferecem dois serviços: endereços próprios (chamados de IPs) que ajudam na proteção do cliente de ataques, visto que o endereço do usuário fica omitido; e mais eficiência na entrega de conteúdo por meio das CDNs (Redes de Entrega de Conteúdo).
Na prática, essas redes atuam para permitir com que o conteúdo chegue de forma mais rápida e com maior qualidade aos usuários.
Agora, para que o X saia do ar novamente, os novos serviços precisam suspendê-lo. Se isso não ocorrer, Affonso explica que a única maneira de derrubar a rede social no país seria bloqueando as empresas provedoras.
“É complicado, porque debaixo do endereço dessas empresas você tem uma série de outros sites. Dá para pedir que ela não distribua conteúdo do X. Resta saber se ela vai cumprir isso. (…) A gente pode estar rumando para uma enrascada, em que as empresas podem não querer cumprir a decisão do Supremo, e aí vai ter site grande caindo ou enfrentando instabilidade se o STF resolver seguir pelo bloqueio de endereços dessas empresas”, explicou.