A temporada de astral conturbado pela confusão política e frio intenso tem seus bons momentos por conta das atividades artísticas e a movimentação social. O vernissage da mostra “Quando eu partir, não deixes que me transformem em herói, bom pai, nome de rua”, na Galeria Arte & Fato, foi uma ocasião muito especial. O título já diz muito da personalidade nada comum do artista Leandro Machado, que surpreende agradavelmente pelo talento e criatividade. A apresentação é igualmente impecável por conta do projeto de curadoria de Eduardo Veras.
A variedade de materiais usados por Leandro também surpreende, e ele comenta: “O que podem juntos? Não sei. Andarilhar por caminhos que desconheço (no desejo de ir onde não estive)”. Os resultados são entusiasmantes. A mostra pode ser conferida de segunda a sexta-feira, durante a tarde. Considero imperdível.
Falar a respeito da Galeria Arte & Fato, dirigida por Décio Presser e Otto Sulzbach, é descrever peças de arte bem selecionadas e ambientações de incomum bom gosto. Desta vez me fascinaram, além da coleção do artista Leandro Machado, uma barata criada em madeira e ferro por Sergio Pimentel – vale acrescentar que abomino só dois animais – baratas e escorpiões –, e os dois retratos assinados por Julio Ghiorzi, de quem conhecia as belas telas de flores, igualmente evidenciando talento.
Quanto às ambientações, que devem ser admiradas com atenção, não ouso dizer qual a mais elegante. No hall, na sala dos diretores e no jardim de inverno, esbanjaram requinte. Sugiro que associem um setor de decoração à galeria.