Uma foto feita logo após um parto realizado no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense (RJ), no dia 10 de julho, mostra o anestesista Giovanni Quintella Bezerra excitado ao lado de uma mãe e de seu bebê, segundo o advogado Joabs Sobrinho.
“Se você olhar a foto, você vai perceber que ele está atrás dela. Ele está abusando desde o momento que ela chegou, e naquele momento você percebe o volume na calça. Ele estava excitado naquele momento. Foi quando nasceu a criança, e ela entrou para tirar foto. Ele estava abusando dela”, explicou Sobrinho.
Giovanni foi preso neste mesmo dia 10 de julho, após realizar mais duas cesáreas na unidade hospitalar. O médico foi filmado colocando o pênis na boca de uma gestante dopada. O vídeo foi feito pela equipe de enfermagem do hospital. Ele foi indiciado e é réu por estupro de vulnerável, cuja pena varia de 8 a 15 anos de reclusão.
A gestante que aparece ao lado de Giovani na foto não quis revelar sua identidade, mas garantiu em entrevista ao portal de notícias G1 que também foi abusada pelo profissional de saúde. “Eu tenho certeza absoluta que ele fez comigo. Por isso, ele tem que pagar.”
Segundo a vítima, um dos indicadores de que ela foi dopada pelo anestesista foi a reação do seu corpo após o parto de seu segundo filho. A vendedora disse que não conseguiu nem mesmo amamentar a criança no dia.
“Eu fiquei muito tempo apagada. Na minha primeira cesárea eu não dormi. No nascimento desse meu filho, eu não consegui amamentá-lo. Só estive com ele 8 horas depois”, disse a mulher.
A defesa do anestesista é feita pela Defensoria Pública do RJ, que informou que não vai se manifestar porque o processo corre em segredo de justiça.
Giovanni está preso em uma cela individual do pavilhão 8 de Bangu, na Zona Oeste do Rio, destinado a detentos com curso superior. Ele está isolado por causa de ameaças. O médico virou réu em julho.
A Polícia Civil investigou mais de 40 possíveis casos de estupro de pacientes de Giovanni Quintella. Esse número representa o total de procedimentos cirúrgicos que contaram com a participação do anestesista. Apenas no Hospital da Mãe, em Mesquita, o médico participou de 44 cirurgias.
O julgamento de Giovanni Quintella teve início na última segunda-feira (12), no Fórum de São João de Meriti.
A audiência de instrução e julgamento pode durar até 60 dias. Primeiro, são ouvidas as 8 testemunhas de acusação, entre elas a vítima e seu marido, e depois as 8 testemunhas de defesa.
Em seguida, abre-se espaço para esclarecimentos da perícia e, por último, o depoimento de Giovanni, que vai ser ouvido por videoconferência, para evitar que sua presença intimide a vítima ou as testemunhas, também por questões de segurança. As informações são do portal de notícias G1.