Domingo, 27 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 11 de janeiro de 2023
A nova ministra disse que, nos próximos 4 anos, vai trabalhar para fortalecer a Lei de Cotas
Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilA jornalista e ativista Anielle Franco assumiu o cargo de ministra da Igualdade Racial nessa quarta-feira (11), no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), em uma solenidade que também marcou a chegada de Sônia Guajajara à frente do Ministério dos Povos Indígenas.
Em um longo discurso, no qual fez um balanço crítico das marcas do racismo na sociedade brasileira, Anielle, irmã de Marielle Franco, vereadora do Rio assassinada em março de 2018, chamou a atenção para a necessidade de fortalecer políticas de reparação da dívida histórica do País com a população preta.
“Não podemos mais ignorar ou subestimar o fato de que a raça e a etnia são determinantes para a desigualdade de oportunidades no Brasil em todos os âmbitos da vida. Pessoas negras estão sub-representadas nos espaços de poder e, em contrapartida, somos as que mais estamos nos espaços de estigmatização e vulnerabilidade”, afirmou.
Apesar de a maioria da população brasileira se autodeclarar preta, Anielle garantiu que “é possível observar que os brancos ocupam a maior parte dos cargos gerenciais, dos empregos formais e dos cargos eletivos”, acrescentando que, por outro lado, a população negra está no topo dos índices de desemprego, subemprego e de ocupações informais, além de receber os menores salários.
Envolvimento
A nova ministra cobrou o envolvimento dos não negros na superação das desigualdades. “O Brasil do futuro precisa responder às dívidas do passado. E é por isso que em um governo de reconstrução nós gostaríamos também de falar com os não negros. O enfrentamento ao racismo e a promoção da igualdade racial é um dever de todos nós”, disse.
Em seu discurso, ela homenageou Marielle e elencou uma série de ações voltadas ao combate à desigualdade racial, em especial, fortalecendo o papel das mulheres pretas.
Propostas
Anielle disse que, nos próximos 4 anos, vai trabalhar para fortalecer a Lei de Cotas e ampliar a presença de jovens negros e pobres nas universidades públicas.
Assegurou ainda que buscará aumentar a visibilidade e a presença de servidores negros e negras em cargos de tomada de decisão da administração pública. Ela adiantou que a pasta ainda deve relançar o plano Juventude Negra Viva, que promoverá ações que visem a redução da letalidade contra a juventude negra brasileira e a ampliação de oportunidades para jovens brasileiros.
Anielle também mencionou o fortalecimento da política nacional de saúde integral da população negra, e a necessidade garantir direitos de comunidades quilombolas e ciganas.