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Ali Klemt Anitta e o STJ

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(Foto: Reprodução)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Em tempos de defesa da diversidade e da autenticidade, falar em “adequação” incomoda. Mais do que isso, parece coisa de gente que parou no tempo e continua acreditando que “bom mesmo era na minha época, quando não havia essa pouca vergonha”. Você sabe bem do que estou falando…

 

Porém, trago verdades. A percepção de adequação ou inadequação é essencial para qualquer criatura humana que tenha interesse em se posicionar socialmente de forma inteligente ou estratégica. Ou seja, ser o que se é sem medo de ser feliz é essencial, mas saber onde está “pisando” e se alinhar a determinadas expectativas, certamente, ajudará muito na obtenção dos seus objetivos de vida.

 

A questão chave é ter consciência. Consciência da sua essência, e deixá-la íntegra, sempre. Porém, sem esquecer que somos seres sociais, e que os relacionamentos dependem de comunicação. O que muitos esquecem é que a comunicação não é apenas verbal. Pelo contrário, alguns estudos indicam que mais de 90% da comunicação acontece de forma não verbal, isto é, pelo gestual, expressões faciais, a imagem que se projeta. Isso é muito poderoso.

 

Na semana que passou, dois fatos distintos me trouxeram essa questão à mente: o vestido nu da Anitta na festa pós-Oscar – da marca Fendi, chiquíssimo, porém, que a deixava completamente exposta – e o código de vestimenta do Superior Tribunal de Justiça, que passou a proibir bermudas e cropped (ou seja, barriga de fora) em seu prédio. E aí? Qual é a sua opinião sobre isso?

 

Goste ou não, a Anitta passou a imagem de mulher livre das amarras sociais, que pode tudo e que não se importa com a opinião alheia, bem resolvida com seu próprio corpo; mas, também, mostrou que não consegue superar a necessidade de se promover à base do escândalo. Uma pena, pois se tornou um fenômeno e poderia ser um símbolo nacional de talento e ascensão – porém, acabou apenas reforçando o estereótipo da mulher brasileira vinculada à sexualidade quase explícita, quando ainda lutamos tão fortemente contra a exploração sexual de meninas nesse país. Perdeu a oportunidade de fazer história, fez apenas barulho. Poderia ter usado sua imagem de forma muito, muito superior – mas, sei lá, talvez ela apenas não precise disso (estou exigindo demais, eu sei, mas fica a dica).

 

Quanto às regras de vestimenta do STJ, são nada mais, nada menos, que regras que facilitam a convivência entre pessoas. Assim como não falamos palavrão no ambiente de trabalho, aguentar a perna cabeluda do colega não é legal, nem ter que lidar com o umbiguinho da funcionária no balcão. O excesso de corpo, de pele, sempre pode provocar ou incomodar, e quando se trata de ambiente profissional, essas questões precisam ser, sim, enfrentadas. Não se trata de impedir as pessoas de serem quem são, de restringir a expressão de suas personalidades por meio da imposição de códigos vestimentários. Trata-se, apenas, de alinhar expectativas: aqui é local de trabalho com sobriedade, comunique-se de acordo. E as roupas são ferramenta de comunicação.

 

Essa é a mensagem que eu queria deixar: use sua imagem com sabedoria. Pense sobre ela. Invista em uma das mais potentes formas de comunicação. Sobretudo, tenha consciência dessa verdade universal: você pode não abrir a boca, mas já terão feito um julgamento sobre você. É inevitável. É um rescaldo de nosso instinto de sobrevivência primitivo. Porém, lembre-se: ainda vivemos na selva.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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