Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 28 de julho de 2022
A cantora Anitta anunciou nesta quinta-feira (28) que vai lançar um perfume íntimo. De acordo com ela, a colônia “Puzzy” é sua oportunidade de “aproveitar para lucrar” em cima da polêmica de suas tatuagens em lugares íntimos.
Embora o comércio de sabonetes e outros tipos de cosméticos seja comum, especialistas alertam que toda vagina tem um odor característico e não há problema algum com isso. O odor não tem nenhuma relação com falta de higiene, é absolutamente normal.
Médicos ginecologistas são categóricos em afirmar que a melhor combinação para cuidar da área é sabonete neutro e água. “A vagina tem um mecanismo de autolimpeza, por isso não há necessidade de lavar por dentro. Você pode usar um sabonete neutro e água na parte externa, na vulva”, orienta a ginecologista e obstetra Mariana Lemos Osiro.
Já Flavia Fairbanks, mestre e doutora em ginecologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), ressalta que “qualquer coisa longe disso pode mudar a constituição do mecanismo de defesa. Cada vez que quebramos essa proteção, estamos expondo o organismo a riscos de outras infecções, bactérias e fungos”.
Além disso, parte da ideia de que a vagina é um órgão sujo e precisa de intervenções constantes para se manter sem cheiros é parte de uma construção social.
“Culturalmente, tem-se a ideia de que a região íntima feminina é suja. Por isso, as mulheres acabam lavando muito, alterando o pH vaginal. A flora vaginal é muito sensível, pode sempre mudar. A mulher precisa tomar cuidado com a limpeza excessiva, o uso de antibióticos e também com o sexo excessivo”, explica Carolina Ambrogini, ginecologista e sexóloga da Unifesp.
Cheiro é natural
Até mesmo o uso de sabonetes íntimos pode alterar o pH vaginal, que é um dos mecanismos naturais de defesa da região íntima da mulher. O equilíbrio desses microrganismos mantém o pH vaginal ligeiramente ácido.
Por essa razão, a vagina tem um odor natural que é saudável. Mas se o cheiro estiver muito forte, similar ao cheiro de água sanitária ou até mesmo de peixe, é hora de procurar ajuda. Mascarar o odor com o uso de produtos não é uma opção segura e não vai tratar a causa do problema.
O fato de a vagina ter esse pH ácido é o principal meio de proteção contra as infecções, pois ele inibe o crescimento de microrganismos patológicos, como as bactérias”, explica Oshiro.
A ginecologista ressalta que caso a mulher sinta um cheiro excessivamente forte, ou tenha outros sintomas como prurido, secreção esverdeada, sangramento excessivo, ela deve procurar um médico para exame clínico e identificação de uma possível infecção.