Ícone do site Jornal O Sul

Anne Hathaway desafia padrões em “Uma ideia de Você”

Anne Hathaway e Nicholas Galitzine em "Uma Ideia de Você". (Foto: Alisha Wetherill/Prime Video/Divulgação)

Anne Hathaway já interpretou muitas personagens em suas mais de duas décadas de carreira – bruxas, astronautas, rainhas e princesas -, mas, desta vez, queria dar vida a alguém mais parecido consigo mesma: uma mãe prestes a completar 40 anos com todas as adversidades e pressões que isso implica. É o caso de Solène, protagonista do filme Uma Ideia de Você.

A produção já chega polêmica: é a adaptação de um livro homônimo de 2017 que deu o que falar nos Estados Unidos. A obra da norte-americana Robinne Lee, publicada pela Globo Livros no Brasil em 2023, segue o romance de Solène, proprietária de uma galera de arte, com um jovem 20 anos mais novo, Hayes (Nicholas Galitzine, no filme), líder de uma boyband de sucesso da qual a filha adolescente de Solène é grande fã.

O namoro, é claro, causa um grande falatório: “como pode uma mulher dessa idade se envolver com alguém tão novo?”, diz a mídia. “E o que ele viu nela?”, perguntam os fãs. “Uma das coisas de que mais gosto no filme é que ele sabe que estar dentro de algo é muito diferente de olhar para aquilo de fora”, diz Anne Hathaway, agora com 41 anos

A atriz se identificou com a sua personagem no primeiro contato com a história e logo quis contá-la nas telas – ela também é uma das produtora do filme. “Acho que, quando Solène e Hayes estão juntos, eles não pensam em nada além do fato de que a pessoa ao seu lado é maravilhosa ou no quanto eles se sentem incríveis um com o outro. Eles estão apaixonados. As complicações começam quando eles saem do quarto e têm de lidar com as ideias de outras pessoas sobre o que é certo e o que é errado”, diz a atriz.

É verdade que o filme “amenizou” algumas das controvérsias que já circulavam com a obra original. Hayes, no livro, tem apenas 20 anos. No filme, tem 24. A idade da filha de Soléne, Izzy (interpretada por Ella Rubin) também mudou – de 12 para 16. A forma como os protagonistas se conhecem e outros detalhes foram modificados – além do final, o que pode agradar alguns e desagradar outros.

“Havia coisas que achávamos que pudéssemos mudar, que estavam funcionando no livro, mas talvez, para que o filme funcionasse para um público mais amplo, poderiam ser diferentes”, justifica o diretor Michael Showalter, que escreveu o roteiro com Jennifer Westfeldt. Para ele, o romance entre os protagonistas e as forças que vêm para separá-los são o cerne da história.

Harry Styles

Tem mais: o longa chega com o boato de ter sido inspirado em uma fanfic de Harry Styles, do período em que estava na banda One Direction. Não é bem verdade – Lee nunca publicou o livro originalmente como uma fanfic, ou, ao menos, nunca admitiu tal feito. Mas para quem lê o livro e acompanhava a carreira do cantor na época, fica clara a inspiração.

Em uma entrevista de 2020 à Vogue, a escritora admitiu que Styles estava entre as celebridades que inspiraram Hayes, mas disse que o personagem também tinha toques do príncipe Harry, do ator Eddie Redmayne e de seu próprio marido. “Este nunca deveria ser um livro sobre Harry Styles”, disse ela. “Era para ser uma história sobre uma mulher que está chegando aos 40 anos, recuperando sua sexualidade e redescobrindo a si mesma, exatamente no ponto em que a sociedade tradicionalmente descarta as mulheres como desejáveis, viáveis e completas.”

De uma forma ou de outra, a maneira como a sociedade encara estrelas do pop como Styles foi uma das coisas que atraiu o ator Nicholas Galitzine para o papel. “No caso do Hayes, ele realmente só quer ser levado a sério e ser valorizado. E ele tem muito amor para dar, mas as pessoas muitas vezes o reduzem a essa imagem e a essa ideia que têm dele”, diz.

Galitzine, de 29 anos, já fez outros filmes inspirados em livros. Viveu um soldado no drama romântico Continência ao Amor, da Netflix, e o príncipe da Inglaterra em Vermelho, Branco e Sangue Azul, do Prime Video, ambos sucessos de audiência. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

Sair da versão mobile