Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 24 de maio de 2016
A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) propõe um novo modelo de atenção à saúde de idosos na rede privada com a justificativa de evitar as atuais falhas que geram má assistência e aumento crescente de custos.
Atualmente, 12,5% dos cerca de 50 milhões de usuários de planos de saúde no Brasil têm 60 anos ou mais. No País, há mais de 20 milhões de idosos. Quase 90% têm algum tipo de doença crônica, como diabetes, hipertensão, artrose e câncer.
Hoje, esses idosos estão “soltos” no sistema de saúde. Passam por vários especialistas, fazem inúmeros exames, usam muitas medicações (que podem interagir entre si e causar danos), mas não há ninguém cuidando deles como um todo.
A meta do projeto “Idoso bem cuidado”, que será lançado nesta terça-feira (24), no Rio de Janeiro, é mudar essa lógica. Uma das propostas é que os planos de saúde criem estruturas, como centros geriátricos, capazes de reconhecer riscos que podem agravar a saúde do idoso e atuem de uma forma preventiva.
O idoso passará por uma avaliação clínica para saber dos seus riscos e dos cuidados que precisa. Será criado um registro eletrônico com seu histórico, que poderá ser acessado de qualquer lugar, inclusive pelo próprio idoso.
Outra novidade é que o paciente contará, além de um médico de referência, com a figura de “navegador” dentro do sistema, um enfermeiro que vai orientá-lo conforme a necessidade, como tirar dúvidas sobre a medicação. De acordo com Martha Oliveira, diretora de desenvolvimento setorial da ANS, o novo modelo será testado inicialmente em um projeto piloto que envolverá 15 organizações, como operadoras e hospitais (ainda a serem escolhidos), a partir do segundo semestre deste ano.
Para ela, a identificação precoce do risco e os cuidados ao idoso prestados de forma integrada são o cerne da proposta. “É uma oportunidade para monitorar a saúde e não a doença”, afirma. A ideia, diz Martha, é que as emergências dos hospitais deixem de ser a porta de entrada, ficando reservadas aos aos momentos mais graves. (Folhapress)