Sexta-feira, 15 de novembro de 2024
Por Cris Ljungmann | 3 de maio de 2024
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Você já se sentiu ofuscado pela conquista de outro? Recentemente, uma profissional incrível com uma carreira impecável compartilhou comigo suas inseguranças sutis, porém profundas, que me lembraram o quão comum é esse sentimento.
Não vou negar que minha curiosidade foi aguçada quando ela me chamou para ajudá-la com seu desafio. Imagine aquela imagem de mulher forte; é ela. E verdadeiramente é, apesar de suas inseguranças tênues, quase imperceptíveis em seu comportamento. Difícil de notar, mas, em meio à conversa, quando eu já estava quase pronta para montar a solução para seu problema, ela confessou: “Sabe como é, a gente fica olhando o que fulano e mengana estão fazendo e surge aquela sensação de que estou ficando para trás”.
E quem não sente isso? Tente lembrar a última vez que isso aconteceu com você. Aquela foto, aquele anúncio, seja no esporte que pratica ou na comida que cozinha. Em qualquer área ou atividade que você realiza, sempre tem alguém que faz algo melhor, mais rápido, mais ágil que você.
Meu trabalho está ficando cada vez mais desafiador, pois quem me procura se confronta cada vez mais frequentemente com ânsias e agonias complexas. Isso é especialmente verdade para os empreendedores!
Quer saber porque especialmente para empreendedores? Vamos definir o empreendedor primeiro: “é alguém com capacidade de gerar ideias, identificar oportunidades no mercado, agir transformando essas ideias em ações e assumir riscos visando ao sucesso. ”Por definição, o empreendedor identifica oportunidades no mercado, certo? Seja o mercado que for, porém, principalmente aquele profissional realizador, se submerge no mundo das ideias, e para levar elas como novidade no mercado, obrigatoriamente deve olhar o que os concorrentes, colegas de ofício, comunidade da sua área, enfim, o mercado está fazendo. E se comparar. É melhor? Há lacunas? Atendo aquele nicho específico melhor? Ou simplesmente, como estão fazendo os concorrentes e se posso utilizar as mesmas ideias e oportunidades.
Todos sabemos que as fotos perfeitas, as viagens idílicas e tudo o mais que as mídias sociais nos vendem são encenações. Claro que sabemos! Mas por que continuamos nos comparando? Ou pior, por que seguimos comprando a ideia de sucesso frenético? Porque a ciência do montado superficialmente, é fácil de identificar naquilo que não nos interessa.
Você poderia me perguntar: “Então, Cris, você nunca se compara ou quer alcançar o sucesso rapidamente?” A resposta é: sim, quando resolvo um problema, logo surge outro. E assim vai. Quando entendi que meu negócio é único, o marketing dos concorrentes nunca mais me afetou. No momento que reconheci o esforço necessário para conquistar uma montanha, nunca mais me preocupei com os cumes alcançados por outros. E desde que descobri o Universal Primer do Chat GPT, a maneira mais rápida de aprender qualquer coisa, confesso, ainda estou lidando com essa descoberta na minha vida.
Eu não estou trazendo nenhuma novidade, o que desejo é que você, caro leitor, lembre-se de que a ansiedade por resultados imediatos, por números, por comparações surge em todos nós. Ela é insidiosa, não se anuncia e pode nos confundir. Ela entra quando não prestamos atenção e, como falei aqui acima, naquilo que nos interessa. Muitas vezes naquilo que somos bons e em pessoas, profissionais, empreendedores, empresários de sucesso. Isso mesmo, ela é silenciosa e persistente.
Nunca estaremos totalmente livres de cair na armadilha da comparação ou da busca pelo sucesso imediato. Sem esquecer daquele outro sucesso, o que nos foi imposto. E tudo bem. O que sugiro aqui para você, assim como faço comigo mesma e com meus clientes — pessoas inteligentes e bem-sucedidas —, é conscientização.
Pare, respire, olhe para o que passa diante de seus olhos em frações de segundo e perceba que não é real, ou talvez não seja possível na sua realidade atual. Comece por reconhecer cada vez que algo no outro lhe incomoda. Isso basta. Converse consigo mesmo, anote se desejar, mas identifique e admita isso para si mesmo.
Lembre-se de que o fascínio pelo sucesso instantâneo, o sucesso imposto e alheio, e pela comparação constante pode nos atingir a todos. Não é sempre tão simples quanto parece. Ao dar um momento para respirar e reavaliar o que vemos online (e offline também), começamos a entender a realidade por trás da fachada. Este simples ato de consciência pode reduzir significativamente nossa ansiedade, mais do que poderíamos esperar.
Fique atento ao meu próximo artigo, onde exploraremos como você pode elevar sua consciência e alcançar sucesso sem estresse. Até lá, reserve um momento para refletir: o que você está buscando é realmente necessário para você? É realmente o que VOCÊ quer?
(Cris Ljungmann é criadora do programa MENTORA, atende profissionais e empreendedores procurando mudança; Antropóloga; Mindsetter do Instituto Dynamic Mindset; membro do GRUPO FRONT)
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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